Reuters
10/10/2002 - 12h42

Combate ao spam vira bom negócio em meio à torrente de e-mails

da Reuters, em Palo Alto (EUA)

Eles nem sempre se dedicaram muito a essa questão. Mas à medida em que o volume de e-mails comerciais não solicitados (spam) atinge proporção epidêmicas --para não mencionar um nível inédito de grosseria--, os produtores de software de segurança para a internet começam a prestar atenção no problema.

E os consumidores, depois de muito tempo lamentando a falta de recursos para bloquear a propaganda eletrônica de diversos serviços e produtos não solicitados, de hipotecas pré-aprovadas a Viagra vendido sem receita, enfim têm em mãos algumas ferramentas que podem pelo menos aliviar o problema.

"Existem soluções no mercado que estão ajudando as pessoas e não acredito que muita gente as conheça até agora", disse Ray Everett Church, diretor de questões de privacidade do EPrivacy Group e co-autor do livro "Internet Privacy for Dummies". "Como resultado, elas agora estão tendo que usar a tecla de apagar duas a três vezes mais do que no ano passado", disse.

Além de uma multidão de pequenas empresas que oferecem produtos específicos de combate ao spam, grupos de software de maior porte como a McAfee e a Symantec começaram a dedicar mais esforços a esse segmento.

No começo do ano, a McAfee adquiriu o SpamKiller de uma empresa de software norueguesa e o incorporou ao seu pacote de produtos de segurança. Como muitos dos novos filtros de combate a spam que estão chegando ao mercado, a solução da McAfee vai além do simples bloqueio de palavras suspeitas.

A ferramenta tenta estudar o contexto geral da mensagem para que possa, por exemplo, distinguir se uma mensagem com a palavra "peito" trata-se de uma receita, um site de saúde ou um site pornográfico.

"Foi em janeiro, em uma série de reuniões de planejamento, que decidimos que o mercado de combate a spam dispararia", disse Bryson Gordon, gerente de produtos na McAfee. "É bem semelhante à maneira pela qual o mercado de antivírus começou, no início dos anos 80. O spam está evoluindo de simples irritação para ameaça de segurança".

Algumas companhias afirmam que o choque de internautas comuns e roubar a inocência de jovens não são os únicos perigos representados pelo spam. Um número crescente de roubos on-line de mais de 500 mil identidades e cartões de crédito por ano está sendo consumado por meio do spam, afirmam especialistas.

O típico método é enviar uma oferta de produto por e-mail a um internauta com instruções para ele clicar em link da mensagem. Isso o leva para um site onde são pedidas informações como nome, endereço e o número do cartão de crédito.

"Antes da epidemia do spam, as pessoas tinham que revirar o lixo das vítimas para conseguir este tipo de informação", afirmou Gordon. "Agora elas somente enviam 30 milhões de e-mails para tentar enganar alguém", afirmou o gerente de produtos na McAfee.

Novas ferramentas contra o spam são capazes de filtrar entre 70% e 90% das mensagens indesejáveis, mas a eliminação completa da ameaça pode precisar de mais que tecnologia. "No final, vai ser preciso mais que um apoio técnico. Você precisa barrar os spammers na fonte e isso vai precisar de mudanças de fiscalização e novas leis", afirmou Church, do EPrivacy Group.



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