Reuters
15/10/2002 - 18h15

Vizinhos da Venezuela pedem mediação da OEA na crise

da Reuters, em Lima (Peru)

Os países vizinhos da Venezuela pediram hoje que a Organização dos Estados Americanos (OEA) aumente as tentativas de mediação para evitar que a crescente tensão política leve ao colapso da democracia no quinto maior exportador de petróleo do mundo.

"Os ministros das Relações Exteriores da Bolívia, Colômbia, Equador e Peru concordaram em pedir ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos que prossiga com seus esforços para promover o diálogo nacional e evitar qualquer abalo à ordem democrática constitucional", afirmaram em declaração em Lima, depois de negociações mediadas pelo Peru.

O secretário-geral da OEA, o ex-presidente da Colômbia César Gaviria, participou de uma missão de paz na Venezuela no início de outubro para tentar acalmar as tensões entre o governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e a oposição, que exige sua renúncia e o acusa de tentar levar o país a um regime comunista no estilo cubano, e de promover reformas econômicas intervencionistas que reduziram empregos e investimentos.

O impasse político tem adiado os planos de Gaviria de voltar à Venezuela, enquanto o governo e alguns partidos de oposição não cumprem a promessa de assinar uma declaração se comprometendo a acabar com a violência e a respeitar a democracia.

Os ministros das Relações Exteriores se reuniram em Lima para discutir assuntos econômicos, mas o Peru decidiu colocar a Venezuela na pauta depois que o presidente peruano, Alejandro Toledo, usou ontem um discurso em Miami para pedir esforços regionais.

O ministro das Relações Exteriores do Peru, Allan Wagner, disse que a iniciativa andina é promovida por um documento assinado pelos membros da OEA em Lima no ano passado com o objetivo de tomar medidas "não quando a ordem institucional foi quebrada, mas para trabalhar em conjunto para evitar que isto aconteça".

O documento prevê que a OEA possa mandar missões ou suspender a participação de um país caso a democracia seja abalada.

Em Caracas, o vice-presidente da Venezuela, José Vicente Rangel, mostrou-se indiferente com relação aos esforços da OEA. O governo venezuelano anunciou que permitirá a atuação da OEA como "facilitadora" mas não como mediadora direta.

"Por enquanto não vamos qualificar ou desqualificar esta atitude, vamos deixar que nosso Ministério das Relações Exteriores estude o caso", disse.

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