Reuters
15/10/2002 - 22h43

Uribe pede ajuda da América do Sul na luta contra as drogas

da Reuters, em Bogotá

O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, conclamou hoje os países da América do Sul a se unir a sua luta contra o narcotráfico e o terrorismo. Segundo ele, a violência na Colômbia pode se espalhar pela região.

Uribe disse ainda que é uma "necessidade" a criação de uma eventual força militar sul-americana dedicada ao combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado. O presidente colombiano fez estas declarações durante uma conferência em Miami (EUA), da qual participou por meio de video-link a partir de Bogotá (capital da Colômbia).

As declarações de Uribe ocorrem no mesmo dia em que o general do Exército norte-americano James Hill, comandante do Comando Sul dos Estados Unidos, disse que os países americanos devem se unir -com ajuda dos EUA- na luta contra as drogas.

"O continente deve derrotar o terrorismo e o narcotráfico. Hoje, estas pragas estão atingindo mais duramente uma nação (sul-americana). Amanhã, eles atingirão outras", disse Uribe.

"O conflito colombiano tem potencial para se espalhar para todos os países do hemisfério, e provocar danos extremos", disse a um público de líderes políticos e empresários.

Uribe chegou ao poder com promessa de pôr fim aos 38 anos de guerra de guerrilhas no país. Quando assumiu a Presidência, há dois meses, a cerimônia foi marcada por ataques de morteiros da guerrilha em Bogotá.

A violência na Colômbia há muito é uma preocupação dos países vizinhos -como Venezuela, Equador, Brasil, Panamá e Peru-, que se vêem diante da enorme tarefa de patrulhar milhares de quilômetros de fronteira em plena selva.

Respingos do conflito colombiano atingem com frequência o Equador, onde há incursões de guerrilheiros de esquerda e esquadrões paramilitares de direita, e na Venezuela os paramilitares supostamente patrocinam um grupo-irmão.

No Brasil, a possibilidade de o conflito colombiano ultrapassar as fronteiras nacionais tornou-se mais nítida após a captura do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que supostamente trocaria armas por cocaína com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, maior guerrilha do país).


EUA
Em entrevista coletiva em Quito, Equador, o general James Hill afirmou que a guerra na Colômbia é um problema para toda a região e para os Estados Unidos.

"O problema da Colômbia, é um problema do Equador, é um problema do Brasil, da Venezuela, do Peru e dos Estados. E nós somente vamos resolvê-lo se lutarmos juntos contra isto", disse Hill.

Enquanto isso, Uribe insiste na retomada dos vôos de interdição apoiado pelos Estados Unidos.
A estratégia, que prevê a derrubada de aeronaves suspeitas que recusarem seguir ordens de pouso, foi abortada depois que a Força Aérea peruana derrubou um avião de missionários norte-americanos, confundidos com traficantes.

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