Reuters
18/10/2002 - 13h42

Presidente colombiano quer acordo para libertar sequestrados

da Reuters, em Bogatá

Dando sinais de uma grande mudança em sua política de combate às guerrilhas, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, disse querer firmar um acordo para garantir a libertação das pessoas sequestradas pelos rebeldes.

"Do mesmo modo que sinto a necessidade de tomar todas as medidas de força para derrotar a violência, também sinto a necessidade de buscar todas as alternativas humanitárias, porque me importo. E a tristeza e a tragédia desses compatriotas sequestrados me atingem tanto quanto atinge a vocês", declarou.

Uribe, cujo pai foi morto por rebeldes durante uma tentativa de sequestro, há quase 20 anos, não havia comentado anteriormente sobre a possibilidade de negociar com os grupos guerrilheiros a fim de conseguir a libertação de reféns.

Membros do governo haviam negado veementemente a existência de tais acordos, já que isso implicaria necessariamente a troca de sequestrados por rebeldes detidos.

O presidente lembrou da pressão feita para que a ONU (Organização das Nações Unidas) abra negociações com os grupos armados do país, mesmo em meio a operações militares lançadas contra os bastiões dos guerrilheiros.

"Confiamos que a ONU também pode nos levar a acordos humanitários que nos permitam obter a libertação desses compatriotas", declarou Uribe, que tomou posse em agosto.

O sequestro é uma prática comum na Colômbia e, atualmente, milhares de pessoas são mantidas em cativeiros em todo o país.

A maior parte dos sequestros é realizada por guerrilheiros de esquerda que pretendem obter resgates a fim de custear suas forças.

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) mantêm sequestrados, atualmente, várias pessoas importantes, entre as quais cinco congressistas, o governador eleito da província de onde Uribe veio e uma candidata à Presidência.
 

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