Reuters
23/10/2002 - 12h47

Crianças vão à escola em Washington apesar da ameaça de atirador

da Reuters, em Washington

Pais amedrontados na região de Washington mandaram seus filhos para a escola hoje, apesar da ameaça do franco-atirador, que já matou pelo menos nove pessoas e que teria exigido US$10 milhões para parar com as matanças.

As escolas localizadas na região de Washington, capital dos Estados Unidos, abriram suas portas pontualmente, mas com esquemas de segurança reforçados. Nos subúrbios de Maryland, onde ocorreram cinco das nove mortes, os colégios pretendiam manter os alunos entre quatro paredes durante todo o dia.

Os colégios de uma zona bastante grande do Estado da Virgínia ficaram fechados entre segunda-feira (21) e ontem para evitar o risco de um novo ataque. No total, cerca de 150 mil alunos permaneceram em suas casas.

Em Maryland as escolas funcionaram normalmente, embora sob forte vigilância e sem executar atividades externas. Muitos consideram que a vigilância em Maryland é menos intensa que no Estado da Virgínia, principalmente depois de o assassino ter dito em suas cartas que as crianças não estavam em segurança.

A polícia ainda investiga se o franco-atirador foi o responsável pelo assassinato de um motorista de ônibus no subúrbio de Silver Spring, em Maryland, ontem. Se confirmada a autoria, essa será a 10ª vítima do atirador desde 2 de outubro. Três outras pessoas foram gravemente feridas pelo mesmo criminoso até agora.

Os investigadores encontraram uma carta com várias páginas perto do local do ataque renovando as exigências feitas no último fim-de-semana, que exigiam que US$10 milhões fossem depositados em uma conta bancária, segundo relatos.

A primeira carta, encontrada na semana passada, incluía a ameaça às crianças, disse Charles Moose, chefe de polícia do condado de Montgomery, em Maryland. "(A ameaça) está na forma de um post-scriptum: "Seus filhos não estão seguros em nenhum lugar, em nenhuma hora", afirmou.

A maioria das escolas na região de Washington suspendeu viagens e atividades fora do horário de aula desde que as mortes começaram. Pais voluntários ajudam a patrulhar as instalações dos colégios. Em algumas cidades, carros de polícia fazem a vigilância ao redor dos prédios escolares.

Nova carta
O jornal "The Washington Post" afirmou que o atirador deixou uma carta furiosa presa a uma árvore atrás de um restaurante em Ashland, na Virgínia, onde um homem de 37 anos foi ferido no sábado, a 140 quilômetros de Washington. A carta descrevia a polícia como incompetente e relacionava seis telefonemas para a equipe policial que cuida do caso e que foram "ignorados", segundo o jornal.

Segundo o Washington Post, a carta dizia que "cinco pessoas devem morrer" por causa das ligações ignoradas, e autoridades de segurança começam a se queixar de que o medo de que informações vazem esteja fazendo com que os investigadores ignorem dados vitais.

Aparentemente em resposta à carta, Moose disse ontem diante das câmeras: "Nós investigamos as opções a que você se referiu e descobrimos não ser eletronicamente possível cumprir as exigências da maneira que você solicitou".

"Você deu indícios de que isso é mais do que violência. Estamos esperando seu contato", afirmou Moose, afirmando que é importante "fazê-lo sem que ninguém mais se machuque".

Ele afirmou que a pessoa poderia se comunicar por meio de uma caixa de correio privada, "se assim se sentir mais à vontade".

Com informações de agências internacionais

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