Reuters
24/10/2002 - 10h14

Saiba mais sobre a luta dos tchetchenos pela independência

da Reuters, em Moscou

Cerca de 50 guerrilheiros tchetchenos mantêm centenas de pessoas reféns em um teatro de Moscou (capital da Rússia) e exigem, para libertá-los, a retirada de soldados russos da república da Tchetchênia.

Leia abaixo dados sobre a região da Tchetchênia e sua luta contra o governo russo:

Território - Cerca de 15 mil quilômetros quadrados, localizados no sul da Rússia.

População - Antes do início do conflito, em dezembro de 1994, cerca de 1,1 milhão de pessoas, dois terços das quais de origem tchetchena e o resto, russa. Agora, a maior parte dos russos fugiu da região e muitos chechenos vivem em campos de refugiados fora dali. Dezenas de milhares de civis morreram nos conflitos.

Religião - Os tchetchenos converteram-se ao islamismo no século 16. A Rússia chama atenção hoje para a presença de estrangeiros árabes na região e acusa os rebeldes de ligações com a rede Al Qaeda e o Taleban.

Economia - A produção de petróleo era intensa no século 19. Hoje, porém, a maior parte das instalações de extração está arruinada.

História - Quando a Geórgia, região cristã ao sul da Tchetchênia, concordou em unir-se ao governo de Moscou, em 1783, o Cáucaso (ao norte) viu-se cercado e o xeique Mansour liderou uma guerra santa nos anos 1780. A Guerra do Cáucaso, deflagrada mais tarde, durou 47 anos, até 1864.

Em 1944, o ditador soviético Josef Stálin acusou os tchetchenos de darem ajuda aos invasores alemães e deportou toda a nação para as estepes da Ásia Central, onde milhares morreram. Em 1957, Nikita Khruchov permitiu a volta deles para sua terra natal.

Depois do fim da União Soviética, em outubro de 1991, o general da Força Aérea Dzhokhar Dudayev venceu as eleições presidenciais na Tchetchênia. Dudayev declarou a independência da região.

Em 11 de dezembro de 1994, o então presidente russo, Boris Ieltsin, ordenou o ingresso de suas forças na tchetchênia. Dois grandes sequestros caracterizaram a resposta dos rebeldes, até que uma grande ofensiva no verão de 1996 obrigou Moscou a negociar um acordo de paz e uma retirada. A discussão sobre o status da república foi adiada.

Em 1999, o então primeiro-ministro de Ieltsin, Vladimir Putin, atual presidente da Rússia, ordenou o retorno dos soldados à região, tomando a maior parte do território tchetcheno, com exceção das áreas montanhosas.

Apesar de Putin ter dito, em abril de 2000, que a fase militar da operação "antiterrorismo" na Tchetchênia havia acabado, a guerra continua, com baixas quase diárias dos dois lados.

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