Vietnã combate críticos no ciberespaço
da Reuters, em Hanói (Vietnã)O Vietnã comunista recebeu a internet com agrado, como caminho para a economia de mercado, mas a web vem causando preocupação em Hanói, pois amplia o alcance de seus críticos. O ciberespaço no Vietnã, assim como na China, seu vizinho de maior porte, é controlado por firewalls e pela monitoração do acesso do público aos cibercafés surgidos nas maiores cidades do país.
Cerca de 1 milhão dos 80 milhões de habitantes do Vietnã navegam pela internet, de acordo com estimativas, um número baixo explicado pelo custo elevado dos computadores pessoais e serviços de telecomunicações.
Hanói sinalizou medidas duras contra aqueles que venham a usar o ciberespaço para transmitir críticas ao governo, no entanto.
Esta semana, o governo vietnamita reconheceu pela primeira vez que estava investigando dois homens que fizeram críticas contra as autoridades do país na internet e que um deles estava sob prisão domiciliar há dois anos.
O Ministério do Exterior informou na terça-feira (22) que Tran Khue havia violado os estatutos da democracia vietnamita e os direitos individuais ao criticar o governo, e que tinha sido colocado em prisão domiciliar pelas autoridades de sua cidade, o Comitê Popular da Cidade de Ho Chi Minh.
Hanói informou que Khue recusou-se a acatar as medidas corretivas das autoridades. Sua sentença começou em 9 de outubro do ano passado.
O Vietnã não detalhou as violações cometidas por Khue, mas grupos de defesa dos direitos humanos dizem que ele é professor de literatura e que outro dissidente que usa a internet, Li Chi Quang, irritou as autoridades em março depois de divulgar na web uma carta ao presidente Jiang Zemin, da China, sob o título "Cuidado com o Império do Norte".
A carta tratava dos acordos de fronteira entre o Vietnã e a China, informou a organização Repórteres Sem Fronteiras, sediada em Paris.
O Vietnã e a China vêm discutindo há décadas a demarcação de sua fronteira de 1,35 mil quilômetros, e os dissidentes acusam o governo vietnamita de ceder território demais à China.
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