Reuters
27/10/2002 - 16h30

"Show Não Pode Parar" narra vida de produtor dos EUA

da Reuters

Robert Evans, executivo e produtor que foi parcialmente responsável pela última era de ouro de Hollywood no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, fortalece ainda mais o mito em torno de seu nome no documentário de "O Show Não Pode Parar", destaque de domingo na 26ª Mostra BR de Cinema, em São Paulo.

Os cineastas Brett Morgen e Nanette Burstein, que em 1998 fizeram o documentário indicado ao Oscar "On the Ropes", têm um tema interessante em Evans, cuja vida se divide perfeitamente numa estrutura em três atos e cuja autobiografia já rendeu um tesouro de histórias repletas de celebridades.

O maior desafio artístico deve ter sido decidir quais dessas histórias transportar para a tela com documentação visual suficiente.

O filme começa com uma frase de Evans: "Toda história tem três lados: o meu, o seu e a verdade. E ninguém está mentindo".

Com isso, deixa claro que o que virá a seguir será visto desde o ponto de vista dele.

O próprio Evans narra o documentário inteiro, o que significa o sacrifício de qualquer objetividade em nome da imersão total na personalidade animada e sedutora desse sujeito.

Não existem comentários de amigos ou associados para "equilibrar" a história conforme é apresentada.

Passando por cima da infância de Evans, em Nova York, o filme começa com sua fabulosa residência em Beverly Hills, apresentada como a única constante em sua vida nos últimos 35 anos.

Já tendo ganho uma pequena fortuna com seu irmão, Charles, com a linha de roupas femininas Evan-Picone quando tinha apenas 25 anos, Evans foi "descoberto" da maneira lendária no Beverly Hills Hotel por Norma Shearer, que o escolheu a dedo para representar o papel de seu marido, o jovem magnata Irving Thalberg, ao lado de James Cagney em "The Man of a Thousand Faces".

Quando viu como o magnata da 20th Century Fox Darryl F. Zanuck lidou com os críticos de Evans -entre os quais o próprio Ernest Hemingway- em "The Sun Also Rises", Evans se convenceu que queria ser não ator, mas um produtor ousado e corajoso, como Zanuck.

Em 1966 ele foi contratado para chefiar a produção européia da Gulf and Western. Em pouco tempo, passou para o cargo mais alto da Paramount, em Los Angeles, causando ondas de choque em Hollywood.

Sob a ameaça constante de que o estúdio fosse fechado ou vendido, Evans o levou à posição de produtora número 1 de Hollywood, em 1970.

Seguem-se inúmeros casos e incidentes de interesse, envolvendo Frank Sinatra, "O Poderoso Chefão" e muitos outros filmes e celebridades.

Das cinco esposas e inúmeras mulheres na vida de Evans, a única a receber mais atenção no documentário é Ali McGraw, que ele conheceu e por quem se apaixonou quando produzia "Love Story".

Como não poderia deixar de ser, o filme é repleto de trechos de filmes que foram importantes na carreira de Evans, além de uma seleção nova de imagens de arquivo e intrigantes vislumbres dos bastidores de várias produções, especialmente "O Bebê de Rosemary".

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