Reuters
27/10/2002 - 16h58

"A História de Lilly", exibido na Mostra, aborda regime militar na Grécia

da Reuters

"A História de Lilly", um dos destaques de domingo na 26ª Mostra BR de Cinema, é uma recordação nostálgica de como era a vida na Grécia no final dos anos 1960, quando um governo militar obrigou intelectuais e esquerdistas a partir para o exílio.

Centrado nos preparativos para um filme que nunca chegaria a ser feito e nas memórias pessoais do roteirista e diretor Robert Manthoulis, "Lilly" começa em Paris em 1967.

Um cineasta grego sem nome, conhecido apenas como "O Narrador" (Bruno Putzulu), está vivendo no exílio com seus filmes proibidos pelo regime militar de seu país de origem.

Ele se prepara para fazer um novo longa-metragem sobre uma mulher de Atenas chamada Lilly, presa e torturada pelas autoridades por ter sido membro da resistência contra a ditadura.

O cineasta consegue a cooperação de uma das atrizes mais famosas do país, conhecida apenas como Melina (mas fica claro que se trata de Melina Mercouri) para fazer o papel de Lilly. O marido de Melina, Jules Dassin (Alan Wenger), será o produtor.

Quando ele começa a pesquisar o projeto, o diretor busca as contribuições de vários amigos e colegas. As histórias que ele ouve são ilustradas no filme.

Há o exilado que vive em Budapeste, mas não pode atravessar para a Iugoslávia sem visto. Outro membro da diáspora grega desaparece na Eslovênia enquanto seus amigos o procuram desesperadamente. Ainda outro morre no exílio, pedindo que parte de suas cinzas sejam espalhadas em Paris e a outra parte, em Esparta, o que gera complicações variadas para seus conhecidos.

Enquanto o trabalho sobre o roteiro avança com a ajuda dessas e outras história, o Narrador se envolve num caso de amor com uma jornalista (Juliette Andrea) que se mostra incomumente interessada no que ele está fazendo.

Também há encontros frustrantes com co-produtores, incluindo um americano que acha que o filme não é suficientemente anti-americano para atrair um público sofisticado naquela época de radicalismo.

Os planos para usar locações na Romênia são sabotados quando o presidente Ceaucescu veta o projeto porque não quer desagradar ao regime militar grego.

"A História de Lilly" cobre muito chão, mas faltam ao filme elementos que pudessem torná-lo mais interessante para um público internacional mais amplo.

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