Reuters
27/10/2002 - 16h43

"Elling" é comédia humana sobre doentes mentais

da Reuters

Comédia humanista sobre um paciente psiquiátrico de meia idade e seu amigo tentando dar certo no mundo real, "Elling", de Peter Naess, é o filme norueguês que conseguiu a maior bilheteria de todos os tempos na Noruega.

A atuação premiada do ator principal, Per Christian Ellefsen, já seria razão suficiente, por si só, para se saborear os prazeres dessa comédia doce e muito divertida e que é uma das principais atrações de domingo da 26ª Mostra BR de Cinema.

Quando sua mãe morre, Elling (Ellefsen), 40, é encontrado vivendo no apartamento dela sem qualquer ligação com o mundo externo. Ele é internado num centro de tratamento mental e, dois anos mais tarde, é considerado apto para reingressar na sociedade.

Com a ajuda de um funcionário do hospital, Frank (Jorgen Langhelle), Elling e o levemente deficiente mental Kjell Bjarne (Sven Nordin) são instalados num apartamento em Oslo. Eles precisam aprender a viver por conta própria -o que não é fácil, especialmente para Elling, que sente pânico à simples idéia de ir ao supermercado da esquina.

Pouco a pouco, Elling vai aprendendo a dar passeios cada vez mais longos, e certa noite ele vai até um local onde está acontecendo uma leitura de poemas e faz amizade com o escritor Alfons Jorgensen (Per Christensen).

Ele começa a escrever poesia e colocar, em segredo, papéis com seus versos em embalagens de chucrute no supermercado. Ele próprio se apelida de "o poeta do chucrute".

Enquanto isso, Kjell, que é virgem, faz amizade com a infeliz Reidun (Marit Pia Jacobsen), que vive no apartamento de cima. Num passeio de carro ao campo com Elling e Alfons, Kjell e Reidun se tornam amantes.

O filme foi baseado no livro de Ingvar Ambjornsen, que já escreveu vários romances em torno do personagem Elling, um dos quais foi adaptado com sucesso para o teatro pelo próprio diretor Petter Naess.

Ellefsen também foi Elling nessa produção, e fica claro pelo filme que ele e Naess já moldaram o personagem à perfeição: um homem estranho, egocêntrico e desajeitado que, apesar disso, consegue fazer com que a platéia torça por ele do começo ao fim.

Neste seu segundo trabalho (o primeiro foi "Ressaca Total", de 1999), Naess percorre uma corda bamba entre comédia e tragédia, sem deixar passar em branco a oportunidade de fazer um pouco de humor negro.

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