Reuters
27/10/2002 - 18h31

Vera Loyola diz que aguarda vitória de Lula com champanhe em punho

MARCELO MOTA
da Reuters, no Rio

A socialite Vera Loyola, petista de carteirinha nesta eleição, espera abrir uma champanhe no comitê de campanha de Lula na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, se a vitória for confirmada.

O local, que já foi uma filial da rede de padarias e restaurantes Biruta, de sua propriedade, ainda pertence a Vera e abrigou a campanha do partido na região.

''Mas não é a champanhe do Lula'', ressalta ela, referindo-se à Don Perignon que repousa pacientemente na sua geladeira desde 6 de outubro, quando pretendia abri-la em comemoração à vitória do petista no primeiro turno e ao aniversário do seu candidato.

Por sorte, Lula manteve a vantagem, e também tem dois aniversários. Neste domingo o presidenciável petista completa novamente os seus 57 anos, desta vez segundo sua mãe -- a data da certidão de nascimento é 6 de outubro.

Ele não irá ao Rio em caso de vitória e por isso Vera pretende aguardar um pouco mais para que, se puder, o então já presidente eleito venha fazer tim-tim com ela. Ansiosa por vê-lo subir a rampa do Palácio do Planalto, a emergente já está de passagem comprada para Brasília. Não quer perder um lance da posse.

``Não importa que seja lá de trás'', diz resignada, mas também pronta para participar bem de perto dessa e de outras festas e eventos de Estado. Do alto da experiência acumulada como a mais notória dama da sociedade emergente carioca, ``dona'' Vera coloca-se à disposição do cerimonial do Palácio, e da sua virtual futura primeira-dama favorita, Marisa Lula da Silva.

``Ela é a cara do Brasil, gostosa e sem pose. Poderia até estar esnobe'', elogia.

Otimista, Vera estima um placar ainda mais folgado do que os demonstrados nas pesquisas de intenção de voto mais recentes, com 70 por cento dos votos para Lula.

Sua contribuição ela fez questão de dar logo cedo, às 8h30, e não passou despercebida por quem cruzou seu caminho. Vera foi votar vestida com uma camisa com a foto de Lula, devidamente ornamentada com broches do PT. Durante o desfile, diz ter ajudado a lembrar o número do seu candidato para alguns que perguntavam. Mas somente balançando afirmativamente a cabeça, para não infringir a lei eleitoral. ``Estamos fazendo boca-de-urna, mas uma boca-de-urna com classe''.

Depois do encerramento da apuração, Vera montará guarda no quartel-general que arrumou para a campanha de Lula à Presidência e de Benedita da Silva para o governo. Só arreda pé de lá com a vitória de Lula garantida. ``Da última vez saímos pensando que a Bené estava no segundo turno e, no dia seguinte, não era nada disso''. A candidata do PSB, Rosinha Garotinho, mulher do candidato à Presidência pelo mesmo partido, venceu a disputa ainda no primeiro turno.

Ao seu lado, Vera espera ter emergentes ou não, contanto que sejam correligionários ou companheiros de campanha. Dessa vez, não faz tanta questão das adesões de última hora. ``Porque agora todo mundo é Lula. Para montar o comitê, você precisava ver a rejeição que enfrentei. Hoje estão atrás de mim como urubus na carniça'', vangloria-se.

Mas Vera não cometeria a deselegância de repudiar ninguém.

Afinada com o discurso do candidato que apóia, não faz cara feia para apoio e acredita que o seu presidente será um símbolo para a estirpe que orgulhosamente representa: a dos que não tiveram berço, mas conseguiram chegar ao topo da alta sociedade. ``O Lula é o Rei dos Emergentes'', proclama.


ACOMPANHE a apuração em tempo real


Leia mais no especial Eleições 2002
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca