Zâmbia será responsável se pessoas morrerem de fome, dizem EUA
da Reuters, em RomaOs Estados Unidos disseram hoje que Zâmbia será responsável perante o mundo se sua rejeição ao milho transgênico norte-americano levar pessoas a morrer de fome.
A Zâmbia afirmou na terça-feira (29) que não aceitaria o milho geneticamente modificado para aliviar a grave escassez de alimentos que afeta 3 milhões de pessoas no país e acrescentou que a decisão era definitiva.
"Se as pessoas morrerem, haverá consequências para as pessoas que tomaram a decisão", disse Tony Hall, embaixador dos EUA nas agências de alimentação da Organização das Nações Unidas (ONU)."Elas serão responsáveis não só diante de seu próprio povo, mas perante o mundo".
"Somos contra esta decisão. Milhões de pessoas consomem alimentos transgênicos diariamente nos EUA e em outros países", acrescentou Hall.
O embaixador não disse se os EUA pretendem doar mais alimentos que não foram geneticamente alterados para Zâmbia.
Segundo as ONU, a fome ameaça cerca de 14 milhões de pessoas no sul da África, em consequência de uma combinação de seca e crise econômica.
Os EUA informaram ontem que lamentavam profundamente a decisão de Zâmbia, que deve aumentar os riscos de morte por inanição entre os zambianos.
O governo de Zâmbia decidiu pela proibição de transgênicos depois que cientistas do país realizaram estudos sobre alimentos geneticamente modificados nos EUA, Europa e África do Sul. Eles informaram que as evidências disponíveis eram insuficientes para demonstrar a segurança dos produtos.
O Programa Mundial de Alimentação (WFP) da ONU, maior agência de ajuda alimentar do mundo, disse esta semana que talvez não consiga alimentar todos os três milhões de zambianos que precisam de ajuda alimentar, após a decisão do governo local.
Zâmbia necessita de uma ajuda mensal de 12 mil toneladas de alimentos.
"Cinquenta por cento da ajuda alimentar que chega aos países necessitados do sul da África correspondem a alimentos norte-americanos", disse Hall. "Cerca de 30% destes alimentos são transgênicos".
Segundo o WFP, os EUA já contribuíram com cerca de 320 mil toneladas de alimentos para o sul da África, sendo que cerca de 15% foram doados para Zâmbia.
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