Reuters
02/11/2002 - 18h17

Disco de estréia dos Sex Pistols faz 25 anos

da Reuters

O álbum seminal do punk rock britânico celebrou seu 25º aniversário na última segunda-feira, mas dando sinais de ter perdido a força ao longo dos anos com o surgimento da polêmica em torno do rap e do hip hop.

Em 28 de outubro de 1977, os Sex Pistols lançaram seu disco de estréia "Never Mind the Bollocks, Here's the Sex Pistols" em um mundo que nem desconfiava do que estava por vir.

O disco foi direto para o número 1 das paradas de sucesso e ficou lá por espantosas 47 semanas.

Tudo no disco foi feito para chocar, desde seu título provocativo, suas 12 faixas curtas e explosivas e sua capa rosa e amarela.

Os nomes das faixas foram impressos no disco em tipos pretos diferentes, como os clássicos bilhetes de pedido de resgate de sequestros, feitos com letras recortadas de jornal.

Com um marketing agressivo da Virgin Records, de Richard Branson, rapidamente tornou-se o álbum definidor do punk. A cara do líder Johnny Rotten e do baixista Sid Vicious invadiram a televisão em toda a parte.

"Os Sex Pistols foram um divisor de águas para nós, a banda que estávamos procurando", disse Branson mais tarde em sua autobiografia.

"Eles geraram mais notícias em jornal do que qualquer outro assunto em 1977, com exceção do jubileu de prata da rainha. Sua notoriedade era praticamente um ativo tangível."

Deus salve a rainha

Duas faixas, especialmente, se destacam no disco -"God Save the Queen" e "Anarchy in the UK".

A primeira é um deboche da rainha Elizabeth e sua família, a reação punk ao espírito de monarquia que invadiu o país na época.

"God Save the Queen, the fascist regime. God Save the Queen, she ain't no human being... and our figurehead is not what she seems" (Deus salva a rainha, o regime fascista. Deus salve a rainha, ela não é um ser humano... e nossa chefe de estado não é o que parece), diz a letra.

"Anarchy in the UK" começa com a gargalhada ameaçadora de Rotten, seguida de sua voz rasgada.

"I am an antichrist, I am an anarchist" (eu sou o anti-Cristo, eu sou um anarquista). Nada sutil, mas acertou em cheio a juventude britânica, cansada com a onda disco e as baladas açucaradas que dominavam as paradas na época.

Um quarto de século depois, e "Never Mind the Bollocks" perdeu muito de seu potencial de choque. Em comparação com as letras de rap e hip-hop, parece coisa de criança.

O disco, entretanto, ao lado da morte por overdose de heroína de Vicious em 1979, continua garantindo o fascínio pelos Pistols.

O single "God Save the Queen" foi relançado no início deste ano ao mesmo tempo em que a rainha Elizabeth celebrava o jubileu de ouro.

A banda, reunida pela segunda vez, tem feito alguns shows que chegaram a reunir cerca de 20 mil pessoas, mas já não tem a mesma controvérsia de 25 anos atrás.

Eminem parece ter roubado o lugar dos punks. No entanto, ainda que não com a mesma histeria, "Never Mind the Bollocks" se mantém histórico.

 

FolhaShop

Digite produto
ou marca