Reuters
04/11/2002 - 20h11

Risco de sequestro é pequeno para ricos e famosos

da Reuters, em Londres

A notícia de um suposto plano para sequestrar a popstar britânica Victoria Beckham deve assustar muitos dos ricos e famosos do mundo, cujas vidas privilegiadas transcorrem sob a sombra do medo do sequestro.

Desde o aviador Charles Lindbergh, nos anos 1920, até o ator Russell Crowe em 2001, os sequestradores sempre viram as grandes celebridades da época como caminho fácil para a publicidade e o dinheiro.

Mas um especialista em sequestros disse que, embora os casos envolvendo celebridades façam manchetes em todo o mundo, na realidade as celebridades não têm muito a temer nessa área.

Para Nigel Churton, executivo-chefe da empresa de consultoria em riscos Control Risks Group, a polícia britânica e a norte-americana têm um histórico excelente na contenção de sequestros, mas sempre existe o risco de que outras pessoas pensem ser capazes de fazer o trabalho da polícia melhor do que ela.

Ele disse que as celebridades preocupadas com sua segurança não devem confiar em guarda-costas, mas devem considerar a possibilidade de terem aula de autodefesa e direção defensiva e garantir que sejam tomadas todas as outras medidas de segurança possíveis.

"No caso dos indivíduos muito famosos, é claro que o sequestro é um risco, sim. Mas existem outros riscos muito mais presentes e comuns: serem assaltados em seus veículos, serem perseguidos por fãs desvairados ou outros, etc."

Os sequestros de celebridades podem ser poucos, mas não há dúvida de que fazem manchetes.

Um dos primeiros casos envolveu o filho bebê do aviador norte-americano Charles Lindbergh, que chegou à fama depois de completar seu primeiro vôo transatlântico solo, em 1927.

O alemão Boris Hauptmann sequestrou o bebê da casa do aviador, deixando no local um bilhete com pedido de resgate e provocando uma tempestade na imprensa internacional.

O casal Lindbergh pagou o resgate pedido, mas o corpo da criança foi encontrado, vários meses mais tarde, num bosque próximo à sua casa.

Em 1973, o jovem neto do bilionário norte-americano J. Paul Getty, magnata do petróleo, foi sequestrado e mantido em cativeiro por cinco meses. Os sequestradores acabaram soltando o garoto em troca de um resgate de US$ 3 milhões -depois de enviar à família dele a orelha cortada do menino, num envelope.

Um ano mais tarde, a princesa Anne, da Grã-Bretanha, escapou por pouco depois que o criminoso Ian Ball emboscou seu carro e disparou contra ela. Dois policiais, o motorista e um outro homem foram baleados antes de Ball ser derrubado ao chão. Em seu bolso, foi encontrado um bilhete de resgate endereçado à rainha Elizabeth.

A norte-americana Patty Hearst, herdeira de um império de mídia, tinha apenas 19 anos em 1975, quando foi sequestrada pelo Exército Simbionês de Libertação. Mas ela acabou por unir-se ao grupo e participar do assalto a um banco da Califórnia.

Randy Jackson, ex-integrante do grupo Jackson Five e irmão mais jovem de Michael Jackson, foi sequestrado por guerrilheiros na Colômbia em 1993.

Mas foi solto após oito horas, quando conseguiu convencer seus sequestradores de que era apenas um pregador jamaicano sem dinheiro.

Num caso mais recente, no ano passado, o FBI revelou estar investigando um plano para sequestrar o ator neozelandês Russell Crowe, que intensificou sua segurança quando compareceu à entrega dos prêmios Globo de Ouro.
 

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