Reuters
04/04/2001 - 15h12

Paquistão intensifica segurança durante evento religioso

da Reuters, em Islamabad

O governo militar do Paquistão empregou forças do Exército e paramilitares para impedir a violência num evento religioso anual de muçulmanos xiitas.

Após uma onda recente de mortes, testemunhas informaram que a segurança foi intensificada antes das procissões xiitas de "ashura'' (luto), que marcam o martírio do neto do profeta Maomé, Imam Hussain, 14 séculos atrás.

"O Exército está inteiramente preparado para tomar medidas estratégicas para monitorar procissões em diferentes partes da cidade'', disse o general Ehtisham Zamir, comandante da 5ª Região Militar do Exército paquistanês, em Karachi.

Representantes xiitas disseram que pelo menos 45 fiéis xiitas foram mortos desde janeiro, mas que não previam problemas durante o período de luto, que abrange dois dias (hoje e amanhã).

Os xiitas devotos marcham em procissão. Alguns deles batem no peito e se flagelam com lâminas presas a correntes finas.

Na capital, Islamabad, jipes do Exército patrulharam as principais rotas das procissões, e a polícia fazia ronda em algumas das entradas da cidade para impedir a entrada de armas.

Disputas entre os xiitas, que são minoria no país, e os sunitas, a maioria, deixaram centenas de mortos no Paquistão nos últimos dez anos.

Segundo o grupo militante sunita Sipah-e-Sahaba Pakistan, mais de 1.500 sunitas foram mortos no Paquistão desde 1990 e mais de 600 outros foram presos.

O porta-voz xiita disse que cerca de 1.450 sunitas foram mortos em ataques sectários desde 1985. Os xiitas formam cerca de 15% da população paquistanesa de 134 milhões de habitantes, em sua maioria sunitas.
 

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