Reuters
22/11/2002 - 09h26

Israel ocupa Belém após ataque suicida que matou 11 pessoas

da Reuters, em Belém

Soldados e tanques de Israel ocuparam a cidade de Belém hoje, um dia depois de um homem-bomba palestino matar 11 pessoas em um ônibus lotado, em Jerusalém.

Os militares prenderam suspeitos e isolaram a igreja da Natividade, reverenciada como local de nascimento de Jesus, para evitar que militantes palestinos busquem refúgio no santuário, como fizeram em abril, durante outra ocupação. Foi imposto um toque de recolher.

Em campanha para garantir a indicação de seu partido Likud à reeleição, o primeiro-ministro Ariel Sharon enviou tropas a Belém, poucos quilômetros ao sul de Jerusalém, respondendo à forte pressão para vingar o atentado de ontem.



Mas ele também não pode exagerar para não irritar seus principais aliados, os Estados Unidos, que temem os efeitos de mais instabilidade no Oriente Médio no momento em que preparam um possível ataque ao Iraque.

Pouco antes do amanhecer, os soldados cercaram um campo de refugiados que fica junto a Belém, revistando todas as casas em busca de militantes. Segundo os moradores, 16 deles foram presos. A Rádio do Exército de Israel falou em 12 detidos, inclusive uma menina palestina acusada de preparar um atentado suicida.

"Neste momento controlamos toda a cidade. Enquanto precisarmos combater a infra-estrutura do terror em Belém, continuaremos aqui", disse o comandante local do Exército. "Não temos intenções de provocar danos aos locais sagrados do Cristianismo nem à população", disse.

Segundo o Exército, outros 16 militantes palestinos foram presos durante a noite em outras partes da Cisjordânia. Muitos são membros do Hamas, grupo islâmico que reivindicou o atentado de Jerusalém.

O ataque, no qual morreram três crianças, foi o primeiro desde o início da campanha eleitoral. Sharon determinou horas depois a realização de operações militares contra os palestinos, mas descartou a convocação de reservistas para isso.

Ele também declarou nulo um acordo de agosto, que garantiu a devolução de Belém aos palestinos, que ficariam responsáveis pela segurança na cidade. Sharon e seu ministro da Defesa, Shaul Mofaz, disseram que desde então Belém se tornou um "santuário de terroristas".

O militante palestino que provocou o atentado no ônibus vivia na região de Belém. Ele tinha 23 anos.

Enquanto isso, fontes palestinas disseram que um policial foi morto pelo disparo de um tanque perto do assentamento judaico de Netzarim, também na Cisjordânia. O Exército israelense disse que esse agente fazia parte de um grupo armado que tentava se infiltrar no assentamento.

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