Reuters
24/11/2002 - 18h34

Mesmo derrotado, partido de Haider pode voltar ao governo

da Reuters, em Viena

Mesmo tendo levado uma surra nas urnas no domingo, o Partido da Liberdade, do líder direitista Joerg Haider, pode voltar ao governo austríaco, graças à vitória dos conservadores, seus potenciais aliados.

Uma coalizão desse tipo já provocou forte reação internacional ao ser formada, em 2000, e durou menos de três anos.

No sábado, o Partido da Liberdade teve a pior votação de seus 16 anos de história, apenas 10,2 por cento dos votos, segundo os resultados preliminares -- 17 pontos percentuais a menos do que na votação de 1999.

A oposição social-democrata ficou em segundo, com 36,9 por cento e os Verdes, seus parceiros em potencial, conseguiram 9 por cento.

Schuessel não quis dizer se pretende formar uma coalizão com Haider ou se tentará restaurar o governo de união nacional que dirigiu a Áustria por 13 anos. Mas Alfred Gusenbauer, líder dos social-democratas, disse que ``o segundo lugar para nós significa ir para a oposição''.

O Partido Popular conseguiu atrair eleitores decepcionados com as disputas internas e erros políticos do Partido da Liberdade, os quais provocaram a antecipação das eleições. Além disso, o PP conseguiu cooptar aquele que era a figura mais popular do PL, o ministro das Finanças Karl-Heinz Grasser.

Para a cientista política Melanie Sully, da Academia Diplomática de Viena, será atraente para o Partido Popular formar a coalizão com um partido pequeno e enfraquecido como o da Liberdade. O grande risco, segundo ela, seriam os problemas que o PL e Haider, ainda influente, poderiam causar para o governo com suas propostas antieuropéias.

As negociações para a formação do governo podem levar várias semanas.

 

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