Reuters
26/11/2002 - 16h57

Indústria de telecomunicações prevê melhoras para o setor em 2003

da Reuters

A indústria de telecomunicações trabalha com um otimismo moderado para o primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

O volume de investimentos das operadoras de telefonia deve se manter em R$ 9 bilhões como este ano, mas ainda muito abaixo do desempenho de 2001. O sucesso nas vendas de licenças de telefonia móvel na semana passada deram um fôlego novo ao setor.

Carlos de Paiva Lopes, presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), prevê um aumento de pelo menos 20% no faturamento das fabricantes de equipamentos de telecomunicações. Este ano, esse segmento da indústria sofreu uma queda de 50% em relação a 2001, faturando apenas R$ 6 bilhões, de acordo com estimativas da Abinee.

O ano foi ruim para a indústria de telecomunicações. Apesar do lançamento de operadoras de celular, como a novata Oi, o setor enfrentou acentuada retração no mercado de telefonia fixa, depois dos pesados investimentos feitos em 2001 na antecipação de metas de universalização do serviço básico de comunicação.

A previsão do diretor geral de telecomunicações da Siemens, Aluysio Byrro, é que a telefonia fixa represente apenas R$ 5 bilhões em investimentos este ano, frente aos R$ 19 bilhões de 2001.

Para 2003, o montante da telefonia fixa pode ser ainda inferior, com a área celular completando a maior fatia dos R$ 9 bilhões de investimentos previstos.

Byrro acredita que a banda larga --acesso em alta velocidade-- é um segmento que pode empurrar a telefonia fixa no próximo ano. O executivo fez uma revisão da hipótese amplamente divulgada no setor de que existem 10 milhões de linhas fixas em excesso. Segundo Byrro, apenas 3 milhões estão realmente sobrando, representando custos não remunerados para as operadoras.

A recuperação da economia brasileira e um câmbio mais "ajustado" podem favorecer a recuperação da demanda por telecomunicações, impulsionando o setor. Por enquanto, o segmento de telefonia móvel e, particularmente, a tecnologia das novas operadoras, o GSM (Global System for Móbile Communications) alimenta mais esperanças.

Representantes da indústria evitaram fazer projeções de quanto venderão a mais para os donos das licenças de telefonia móvel leiloadas na semana passada por mais de R$ 900 milhões. O presidente da Lucent, Renato Furtado, alertou que as operadoras trabalharão com prazo bastante elástico para atrair os usuários, o que vai diluir investimentos.

No segmento exportador, o aparelho celular deve se manter a estrela da pauta do setor eletroeletrônico, segundo o presidente da Abinee. Este ano, as exportações desse produto devem somar US$ 1,1 bilhão, crescimento de 20% sobre o ano passado. Para o próximo ano, as exportações de celulares podem ter expansão de 10%, com consumo maior no mercado nacional.

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