Defensores dos direitos humanos contestam prisões por uso da web
da Reuters, em Pequim (China)O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional pressionou a China para libertar pelo menos 30 pessoas encarceradas por usar a internet para trocar informações ou expressar suas opiniões.
Segundo a organização, a China deteve ou encarcerou pelo menos 33 pessoas por violações relacionadas ao uso da internet, mas dois membros do movimento espiritual Falun Gong --proscrito em 1999 e declarado "culto maligno" pelo governo chinês-- morreram no cativeiro.
"Todas as pessoas foram detidas simplesmente por divulgar suas opiniões ou outras informações de forma pacífica na internet ou por terem visitado determinados sites", afirmou a organização, sediada em Londres.
Kong Quan, porta-voz do Ministério do Exterior da China, disse que não tinha lido o relatório da Anistia, mas acrescentou que "a organização Anistia Internacional no passado muitas vezes divulgou comunicados sem qualquer base". "A China é um país governado pela lei", disse. "Todas as pessoas têm por obrigação cumprir essas leis e regulamentos".
A Anistia disse que entre os detidos está Li Dawei, um antigo policial sentenciado a 11 anos de prisão por ter baixado artigos de sites favoráveis à democracia no exterior.
O governo usa filtros para bloquear sites, criou uma polícia especial para a internet e chega a remover páginas da web cujo conteúdo julguem politicamente incorreto, segundo a organização.
No final de agosto, a China bloqueou o acesso ao serviço de busca Google, em uma onda de repressão à mídia antes do histórico 16 Congresso do Partido Comunista, no começo deste mês, no qual o presidente Jiang Zemin transferiu o poder a uma nova geração de líderes.
"Os usuários da internet estão cada vez mais emaranhados em uma teia apertada de regras que restringem seus direitos humanos fundamentais", segundo a Anistia. "Qualquer pessoa que navegue pela internet corre o risco potencial de detenção e encarceramento arbitrários", acrescentou o grupo.
A China, país mais populoso do mundo, só perde para os Estados Unidos em termos de tráfego na internet.
No final de outubro, o país tinha 49,5 milhões de usuários da rede e deve se tornar o maior mercado mundial de internet dentro de quatro anos.
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