Reuters
28/11/2002 - 13h52

"Doce Lar" é comédia fraca com Reese Witherspoon

TODD MCCARTHY
da Reuters, em Hollywood

Tão previsível quanto o menu de um piquenique, mas menos saboroso, "Doce Lar", estréia desta sexta-feira, revive o formato, mas não a diversão, de várias comédias clássicas de Hollywood que falam da redescoberta das qualidades de um marido ou namorado antigo.

Prometendo menos charme do que oferece, o filme adere rigidamente a fórmulas como se fosse um seriado de TV, e é o primeiro a mostrar a estrela em ascensão Reese Witherspoon sob uma ótica pouco elogiosa.

A fantasia romântica sobre uma jovem que precisa escolher entre dois homens sedutores vai atrair uma platéia feminina substancial, mas é provável que as espectadoras não riam nem se emocionem tanto quanto esperam.

O subgênero da "comédia do segundo casamento com a mesma pessoa" inclui alguns dos filmes mais maravilhosos da era dos grandes estúdios de Hollywood, especialmente "Cupido é Moleque Teimoso" e "Jejum de Amor", mas "Doce Lar" só será mencionado na mesma sentença que esses filmes se for em comparações desfavoráveis.

O roteirista novato C. Jay Cox, baseando-se num conto de Douglas J. Eboch, não apenas adere aos clichês mais elementares de Hollywood, como também apresenta como princípio operacional do filme a idéia simplista de que a cidade grande é ruim, mas a cidade do interior é boa.

Reese Witherspoon faz o papel de Melanie Carmichael que, aos 25 anos mais ou menos, já é uma das mais brilhantes estilistas no cenário fashion de Nova York. E agora, depois de sete anos vivendo na cidade, ela conseguiu agarrar o solteirão mais cobiçado do pedaço, o belo e charmoso Andrew (Patrick Dempsey).

Como ele é rico e sua mãe (Candice Bergen) é a prefeita, Andrew consegue montar um cenário tão extravagantemente romântico para pedir Melanie em casamento -no showroom da loja Tiffany's depois do horário comercial, com uma seleção de alianças à disposição- que ela dificilmente conseguiria dizer não.

Então Melanie retorna a sua cidade natal no Alabama, supostamente para ver seus pais pela primeira vez desde que partiu para conquistar a "Big Apple".

Com a mesma empáfia com que trataria um empregado desleixado, ela procura Jake (Josh Lucas), o segredo bem guardado de seu passado, e exige um divórcio imediato para que possa se casar com Andrew. Rapaz interiorano bonito, mas simples, Jake é o marido que ela abandonou anos atrás quando foi para Nova York.

Melanie e Jake são como gato e cachorro, e em questão de minutos já estão trocando insultos.

Enquanto espera, impaciente, para Jake assinar os papéis do divórcio, Melanie faz as rondas de seus antigos conhecidos e acaba irritando a todos quando insulta os frequentadores de um bar e faz questão de mostrar sua suposta superioridade.

Fica claro que Jake nunca deixou de gostar de Melanie, mas o filme demora um pouco demais para levar Melanie a lembrar por que ela se casou com Jake, mal-vestido mas despretensioso de maneira simpática. O grande desenlace acontece num casamento ao ar livre, como numa comédia romântica dos anos 1930.

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