Blair planeja organizar conferência de paz para o Oriente Médio
da Reuters, em LondresO primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, quer juntar israelenses e palestinos em uma conferência de paz em Londres no próximo mês, disse o governo hoje, apesar da resposta inicial fria de Washington.
Blair falava há semanas sobre a idéia de novas negociações, mas autoridades dizem que esta é a primeira vez que apresentou-se pessoalmente para realizar a conferência e oferecer Londres como local para o encontro.
"Estamos estudando planos para realizar a conferência", disse a repórteres John Reid, presidente do Partido Trabalhista.
"O primeiro-ministro gostaria de reunir vários lados" disse Reid. "Como e quando isso poderá ser feito é uma questão de discussão".
Blair havia sugerido uma conferência durante o encontro nacional de seu partido, há dois meses. Mas ele não se ofereceu para organizar a reunião.
"Até o final deste ano precisamos reavivar as negociações sobre o status final e elas precisam se concentrar em um Estado de Israel livre de terror, reconhecido pelo mundo árabe, e um Estado palestino viável, baseado nas fronteiras de 1967", disse Blair na época.
Mas diplomatas dizem que o Reino Unido está preocupado com o fato de que as eleições israelenses, programadas para janeiro, não adiem as negociações.
Israel pediu para os Estados Unidos adiarem o trabalho sobre o plano de paz até o fim das eleições.
Uma fonte do Ministério do Exterior disse que não foram tomadas decisões firmes, mas que para o Reino Unido uma conferência de paz pode dar novo ânimo ao Quarteto, grupo informal de mediação formado pelos Estados Unidos, União Européia, Rússia e Nações Unidas.
Uma fonte graduada do governo afirmou que a conferência pode ter objetivos concretos, mas que seria difícil chegar a um acordo final.
Ontem, a Autoridade Nacional Palestina acusou o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, de tentar impedir que um encontro do Quarteto em Washington no dia 20 de dezembro faça qualquer proposta pública de paz.
O Quarteto reuniu-se pela última vez em setembro, na cidade de Nova York, e rascunhou um plano de paz que adia as negociações sobre o futuro dos territórios palestinos até pelo menos 2004.
O prazo não é rápido o suficiente para Blair, mas Reid disse que não há ilusão a respeito do tamanho do desafio no Oriente Médio.
"Deve ser muito difícil para as pessoas sentarem juntas quando viram seus colegas e camaradas e amigos e familiares serem mortos não há cinco anos, mas cinco horas atrás em alguns lugares", disse.
"Apesar disso, a história nos ensina que estas coisas somente serão resolvidas pela negociação", acrescentou Reid.
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