Reuters
04/12/2002 - 08h40

EUA vão investir em bases aéreas na Turquia para eventual guerra

da Reuters, em Ancara (Turquia)

O subsecretário de Defesa dos Estados Unidos, Paul Wolfowitz, disse hoje que seu país quer investir centenas de milhares de dólares em bases aéreas da Turquia, que poderiam ser usadas em uma eventual guerra contra o Iraque.

"Estou bastante confiante que haverá de fato um significante nível de participação da Turquia", disse Wolfowitz em Ancara, na Turquia, onde se encontrou ontem com civis turcos e líderes militares .

Wolfowitz declarou que os Estados Unidos ainda não fizeram nenhum pedido específico, mas que estão prontos para iniciar discussões "muito concretas" com o recém-eleito governo islâmico moderado turco.

O subsecretário norte-americano disse que a discussão incluirá a verba a ser investida -"provavelmente várias centenas de milhares de dólares", segundo ele- e quais forças serão deslocadas para quais bases do país.

Wolfowitz disse que os Estados Unidos preferem uma solução pacífica na crise com o Iraque, mas que a única maneira de convencer Saddam Hussein a se desarmar é mostrar a ele que as ameaças de uso da força militar são verdadeiras.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Yasar Yakis, afirmou ontem que abriria suas bases para as operações militares dos EUA se necessário, apesar de querer uma segunda resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) para autorizar o uso da força contra o Iraque. Mais tarde, o governo disse que ainda não tinha se decidido a respeito.

Essa cooperação colocaria a Turquia na linha de frente de qualquer ataque no Iraque, acusado pelos EUA de desenvolver armas de destruição em massa. O Iraque nega ter esse tipo de armamento e declara que vai cooperar com as inspeções de armas da ONU.

A Turquia é o único país da Otan (aliança militar ocidental) que faz fronteira com o Iraque.

A Turquia pretende evitar uma guerra no vizinho Iraque, com medo de que ação militar espalhe turbulências pela região e cause prejuízos a sua economia em crise. Mas o novo governo turco tem tido dificuldade em eliminar suspeitas de suas raízes islâmicas e em demonstrar seu compromisso com os aliados dos EUA.

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