Reuters
04/12/2002 - 10h31

Mensagem da Al Qaeda na web pode ser impossível de rastrear

da Reuters, em Berlim (Alemanha)

Uma mensagem supostamente enviada pela Al Qaeda via internet assumindo a responsabilidade pelos ataques da semana passada no Quênia oferece sérias dificuldades aos investigadores que querem traçar a origem da alegação, disseram especialistas em computação.

"Se você sabe o que está fazendo, é possível esconder seus passos na internet muito bem a ponto de torná-los impossíveis de rastreamento", disse Mikko Hypponen, diretor da F-Secure, uma empresa de segurança da computação sediada em Helsinki.

Em declaração postada segunda-feira (2) em um site islâmico, um grupo que alega ser o "escritório político da Qaeda al-Jihad" anunciou ter executado os ataques contra um hotel e um jato de uma linha aérea israelense no Quênia, uma semana atrás.

"Os combatentes da Al Qaeda voltam ao mesmo lugar onde a coalizão entre os cruzados e os judeus foi atingida quatro anos atrás", dizia o comunicado, em referência aos sangrentos ataques contra as embaixadas norte-americanas em Nairóbi e Dar es Salaam.

O "Exército da Palestina", uma organização até agora desconhecida, também assumiu a responsabilidade pelos ataques da quinta-feira (28), em uma declaração enviada por fax a uma organização libanesa de mídia.

A suposta mensagem da Al Qaeda foi postada em árabe no site www.azfalrasas.com, nome que se pode traduzir como "melodia dos tiros", e mostra um fuzil AK-47 e um tanque.

O site se classifica como o primeiro chat de jihad ("guerra santa") na internet, e o autor da mensagem sobre o atentado do Quênia está registrado como "Bin Laden, o combatente islâmico". Um segundo site que postou a mensagem a acompanhou com fotos de Bin Laden.

"Existem dois modos de fazê-lo. Um é que eles tenham acesso legal para postar mensagens no site", diz Yoni Malachi, um especialista israelense em internet. "A outra opção é que tenham invadido o site, onde não tinham permissão legal para postar mensagens".

Ambas as opções estariam disponíveis para um membro real da Al Qaeda ou para alguém pregando uma peça, mas a quantidade de informação deixada pelo usuário dependeria da sofisticação de seu computador.

"Quem quer que envie e-mail ou navegue na web deixa pistas que podem ser seguidas", disse Christian Brockert, porta-voz da Polícia Federal Alemã, que conduziu extensa investigação sobre as raízes alemães dos ataques de 11 de setembro de 2001.

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