Oracle lança pacote de comunicação entre empresas no Brasil
da ReutersA filial brasileira da Oracle, maior empresa de software corporativo do mundo, anunciou sua entrada no mercado de programas que ajudam corporações a se comunicarem de maneira rápida e eficaz com parceiros e fornecedores.
A companhia lançou o Oracle Collaboration Suite, um conjunto de cinco programas que a empresa antes vendia separadamente e que agora estão integrados com recursos que permitem que o funcionário acesse informações de seu computador por meio de telefones celulares ou computadores de mão.
"Esperamos que esse mercado seja de US$ 100 milhões e acho que temos condição de termos uma fatia expressiva, no mínimo um terço desse volume", afirmou o presidente da Oracle Brasil, Sérgio Rodrigues.
Segundo o executivo, a Oracle vai aproveitar o fato de estar presente na maioria das grandes empresas do país, por meio de softwares de banco de dados e outros aplicativos, para vender o novo produto e ganhar mercado da IBM e da Microsoft. "Vai ser impossível a nossa base de usuários não migrar", disse Rodrigues, citando vantagens de economia de custos para os clientes.
O lançamento do pacote no Brasil segue-se ao anúncio do produto nos Estados Unidos, em novembro. O Brasil é considerado pela Oracle um dos 10 países mais promissores para a empresa investir em divulgação de seus produtos.
Com o anúncio, a Oracle passa a competir com companhias que atuam no mercado conhecido como "de colaboração entre empresas", como as estrangeiras JD Edwards, IBM e Microsoft e as brasileiras DataSul e Microsiga.
Uma ferramenta de colaboração permite, por exemplo, a conexão em tempo real de fornecedores de insumos com o departamento de compras do cliente ou o desenvolvimento conjunto de um produto por funcionários situados em escritórios separados por milhares de quilômetros com a ajuda da internet.
Apesar da crise
O faturamento da Oracle deve crescer entre 10% e 15% este ano, afirmou o vice-presidente de vendas da companhia, Claudio Pedone. No ano passado, as vendas somaram R$ 450 milhões.
Segundo o executivo, o faturamento em dólares, porém, deve ser reduzido por conta da depreciação do real ante à moeda norte-americana este ano. "Vamos continuar crescendo em reais, mas talvez não em dólares, pois saímos de um patamar de R$ 2,40 no início do ano para R$ 3,50 agora", disse Pedone.
Segundo ele, apesar da crise da economia brasileira, a Oracle teve um bom desempenho este ano com a venda de produtos para redução de custos com computadores e software.
A empresa ainda conseguiu dois grandes contratos, dos quais um envolve a venda de aplicativos para a mineradora Vale do Rio Doce. Como a Oracle passa por um período de entrega de resultados financeiros às autoridades norte-americanas, nem Pedone, nem Rodrigues quiseram comentar detalhes sobre o assunto.
O pacote lançado ontem se somará ao segmento de ferramentas de infra-estrutura oferecidas pela Oracle, responsável por 80% do seu faturamento no Brasil. No mesmo grupo, que inclui, por exemplo, banco de dados, a empresa tem entre 6 mil e 7 mil clientes.
Os 20% restantes, segundo Pedone, vêm da venda de aplicativos. É esse segmento, onde possui aproximadamente 200 clientes no Brasil, que a Oracle quer desenvolver mais.
Segundo o vice-presidente de vendas da companhia, a meta é fazer com que essa fatia cresça para 50% do faturamento "nos próximos anos", aliando aos aplicativos a venda de serviços de informática.
"Aplicativo gera mais receita com serviço", disse Pedone, acrescentando que a Oracle pretende sair do quarto lugar no setor para chegar à liderança no mercado brasileiro de aplicativos corporativos nos próximos três anos "ou menos".
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