Reuters
09/12/2002 - 12h20

IBM cria o menor transistor para chips de silício do mundo

da Reuters, em San Francisco (EUA)

A IBM deve anunciar hoje o menor transistor funcional já produzido para um chip de silício, que servirá como centro nervoso de produtos eletrônicos que variam de computadores pessoais a automóveis.

Nos últimos 30 anos, a indústria vem reduzindo o tamanho dos microprocessadores e alguns outros componentes dos chips a fim de dar mais funcionalidades a telefones celulares e outros aparelhos, cada vez menores.

Transistores são basicamente os comutadores liga/desliga que regulam o fluxo de sinais elétricos usados na computação. Reduzir o tamanho desse comutador em cada transistor melhora o desempenho, aumenta a velocidade do processador e reduz os custos de fabricação e o consumo de energia, de acordo com a IBM.

O transistor usado para testar o conceito mede seis nanômetros --cerca de 20 mil vezes mais fino que um fio de cabelo humano, segundo a Big Blue.

Ele é pelo menos 10 vezes menor do que os transistores usados atualmente, que têm dimensões de entre 650 e 90 nanômetros, disse Meikei Ieong, pesquisador que participa do projeto da IBM. Um nanômetro equivale a um bilionésimo de metro.

"Cada geração de aparelhos vem, historicamente, reduzido o custo de executar uma dada função em 25 por cento ao ano", disse Juri Matisoo, vice-presidente de tecnologia da Semiconductor Industry Association, uma organização setorial.

"O que isso significa, basicamente, é que as coisas serão mais baratas e você terá capacidade de realizar tarefas hoje impossíveis, do ponto de vista do desempenho, como a tradução de idiomas", disse Matisoo. "Celulares que traduzem automaticamente de um idioma para outro passariam a ser concebíveis", disse Matisoo.

Primeiro, os pesquisadores precisam descobrir de que maneira lidar com o calor mais intenso gerado por cada vez mais transistores agrupados em áreas menores.

"Poderia haver 100 transistores novos no espaço ocupado por um deles hoje", disse Matisoo. "De modo que é um grande salto adiante."

À medida que diminuem de tamanho, torna-se mais difícil ligar e desligar os transistores, de modo que a IBM também está pesquisando como acioná-los mais rápido, disse Ieong.

"Isso permite que nos mantenhamos à frente nesse jogo" da melhora do desempenho dos chips, disse. "Abre uma nova área de pesquisa que não nos era atingível no passado."

O transistor de seis nanômetros desenvolvido pela IBM pode ser ligado e desligado, mas ainda não foi testado em um aparelho funcional, segundo Ieong.

A IBM apresentará um estudo sobre essa pesquisa na International Electron Devices Meeting, que acontece esta semana em São Francisco.

Leia mais notícias de Informática Online
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca