Reuters
09/12/2002 - 15h26

Artista Keith Tyson ganha prêmio britânico Turner 2002

da Reuters, em Londres

O artista plástico Keith Tyson ganhou ontem o Prêmio Turner 2002 com sua versão da escultura "O Pensador", de Rodin.

Tyson confirmou a aposta dos britânicos, que o apontavam como vencedor de um dos prêmios de arte mais polêmicos do ano. O Prêmio Turner chegou a ser tachado por seus críticos como farsa e condenado pelo ministro da Cultura britânico como "baboseira conceitual".

Keith Tyson, que fez sua primeira exposição individual em Londres, em 1995, se tornou conhecido ao reunir dados num computador que, em seguida, "pintou" 366 tábuas de pão e as fundiu em chumbo para um cardápio do Kentucky Fried Chicken.

O artista ganhou o prêmio Turner no valor de 20 mil libras (US$ 31.480) com uma obra composta de um pilar preto gigante repleto de computadores.

Tyson derrotou a segunda favorita, Catherine Yass, que concorreu com os curta-metragens "Descida" e "Vôo", além da candidata Fiona Banner, cujo trabalho foi a trama do filme pornô "Arsewoman in Wonderland".

O prêmio sempre ocupa as manchetes dos jornais britânicos, apesar da crítica. A exposição anual das obras finalistas atrai até 70 mil visitantes.

A cantora Madonna falou palavrões ao vivo no ano passado, quando entregou o prêmio ao artista Martin Creed, cuja criação era uma sala vazia com uma luz que se acendia e apagava.

Em 1998, Chris Ofili foi o vencedor, com uma Virgem Maria feita de estrume de elefante. Em 1995, Damien Hirst recebeu o prêmio por uma ovelha conservada em formol.

O artista Tony Kaye certa vez tentou se candidatar ao prêmio apresentando como obra um metalúrgico sem teto.

O ministro da Cultura Kim Howells ficou chocado com as obras finalistas do Turner 2002. "Se isto é o melhor que os artistas britânicos podem criar, então a arte britânica está perdida. Isto é baboseira fria, mecânica, conceitual", disse.

Ele criticou especialmente um telhado de plástico colorido, obra do artista Liam Gillick. "Eu me sento sob telhados desse tipo em cantinas desde meados dos anos 1960", falou o ministro. "É enfadonho ao extremo".
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca