Albaneses adotam linha-dura em conversações nos Bálcãs
da Reuters, em Skopje (Macedônia)Líderes de etnia albanesa estão adotando uma postura linha-dura nas conversações partidárias que acontecem na Macedônia e têm como objetivo evitar outra guerra civil nos Bálcãs.
Políticos estão lutando para concordar com uma Constituição que abra concessões aos albaneses, sob influências de um plano patrocinado pelo Ocidente para persuadir os rebeldes a largar as armas. O prazo para o fechamento de um acordo é o próximo 25 de junho.
"O tom é duro e os albaneses estão sendo difíceis", disse um diplomata durante o intervalo das reuniões que já duram três dias. "Mas não acredito que estejamos à beira de um colapso."O principal entrave é o alcance de um ponto comum sobre como rescrever a Constituição, promulgada há dez anos. A maioria dos líderes eslavos está relutante quanto às mudanças, enquanto os partidos albaneses querem que a Macedônia se torne uma democracia consensual, onde todas as discussões delicadas têm de ser aprovadas por pelo menos um terço da minoria albanesa.
Isso e a elevação da língua albanesa ao status de idioma oficial tornam as discussões desagradáveis. "Não é fácil", disse o diplomata. "Mas o tom das conversas não pode apoiar a idéia de que eles não estão chegando a lugar algum."
Em um encontro em Belgrado, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Iugoslávia, Vojislav Kostunica, reforçaram a necessidade de os "terroristas" albaneses serem desarmados na Macedônia e em Kosovo, local tido como o nascimento dos grupos rebeldes albaneses e causa da tensão nos Bálcãs.
"A estabilidade na região está ameaçada por razões nacionalistas e religiosas cujas tensões encontram-se sobretudo em Kosovo", disse Putin, pedindo por uma ação mais enérgica das Nações Unidas na fronteira da Província.
Embora Macedônia e albaneses tenham decretado cessar-fogo na segunda-feira, a trégua pontuada por trocas de tiros quase diárias.
