Siemens Brasil assumirá produção de placas de telefone dos EUA
da ReutersA Siemens do Brasil passará a produzir no país em 2003 parte das placas de centrais telefônicas atualmente fabricadas nos Estados Unidos. Os termos finais da negociação serão fechados em janeiro. A favor da unidade brasileira jogou a flexibilidade de produção no país, com redução de custos.
"Nós aqui dançamos lambada", comentou o vice-presidente de telecomunicações, Aluizio Byrro. Nos EUA, as placas utilizadas na montagem de PABX são fabricadas por empresas terceirizadas, que exigem projeções muito precisas de volume de produção.
"É o que eles chamam de 'frozen forecast' (previsão fixa) e cobram 20% mais por mudanças nessas projeções", comentou Byrro com jornalistas após balanço do ano das atividades da empresa alemã no Brasil. "A transferência da produção representará custo menor para a Siemens."
A fábrica da Siemens em Curitiba produz atualmente 70 mil placas. Inicialmente, a produção será duplicada, com foco na exportação para todo o continente. Num prazo máximo de um ano e meio, o Brasil estará fabricando 300 mil placas ou a totalidade produzida pela Siemens nos EUA.
A empresa brasileira tem um bom exemplo de como é "dançar lambada" para exibir às demais unidades da multinacional alemã.
Em menos de um ano, a Siemens passou a produzir na Zona Franca de Manaus os primeiros telefones móveis da tecnologia européia GSM (Global System for Mobile Communications) para atender às operadoras Oi, do grupo Telemar, e Telecom Italia Mobile .
A Siemens decidiu fazer investimento próprio na produção dos aparelhos, ao invés de contratar fabricantes terceirizados. Segundo Byrro, a decisão foi acertada porque a produção superou as expectativas e a unidade de Manaus passou recentemente a trabalhar em três turnos nos sete dias da semana.
A expectativa para 2003 é dobrar para 2 milhões de unidades a produção atual de aparelhos GSM. Byrro acredita que o mercado brasileiro absorverá no próximo ano 3 milhões de celulares com essa tecnologia.
Como a Siemens conquistou 50% do mercado brasileiro, acredita que vai fornecer 1,5 milhão de aparelhos para atender a demanda local e exportar os 500 mil restantes para a América Latina.
Essas duas áreas --de telefonia móvel e de equipamentos de telecomunicações para empresas-- compensaram em parte a queda de R$ 900 milhões na receita da Siemens com as operadoras de telefonia fixa durante 2002.
A área de telecomunicações continua liderando o faturamento da Siemens Brasil, mas a participação na receita total caiu de 52% em 2001 para 38% neste ano fiscal, encerrado em setembro.
A Siemens atua também nas área de energia, indústria, iluminação, transporte e equipamentos médicos. No total, o faturamento líquido da Siemens Brasil cresceu 15% em 2002, chegando a R$ 4,1 bilhões. O lucro líquido foi de R$ 140,5 milhões e os investimentos no período de R$ 139,4 milhões.
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