Reuters
13/12/2002 - 13h57

Estados Unidos pedem eleições antecipadas na Venezuela

da Reuters, em Washington

Os Estados Unidos aumentaram hoje a pressão sobre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para que ele antecipe as eleições, alegando que essa será a única forma "pacífica e viável" de resolver as turbulências políticas do país.

"Os Estados Unidos estão convencidos de que a única maneira pacífica e viável politicamente para resolver essa crise é por meio da realização de eleições antecipadas", disse a Casa Branca em um comunicado.

Reuters - 31.mai.2002
Hugo Chávez, presidente da Venezuela
Os organizadores da greve geral na Venezuela exigiram hoje que o governo reintegre aos seus cargos os executivos da estatal petroleira PDVSA demitidos por participarem do movimento.

Numa noite tensa, a 12ª da greve geral, a polícia usou gás lacrimogêneo para evitar o choque entre duas manifestações rivais, ontem. A polícia disse que dois agentes seus ficaram feridos nos choques entre simpatizantes e opositores de Chávez, no centro de Caracas.

A greve começou no dia 2 de dezembro. Seu objetivo é convencer Chávez a renunciar ou convocar eleições antecipadas. O movimento atingiu em cheio a importante indústria petroleira do país e provoca filas em postos de gasolina e supermercados.

Chávez tentou garantir a distribuição de combustível com a presença de tropas, mas a falta de funcionários especializados impede a operação normal das refinarias.

Ontem, ele demitiu quatro diretores da PDVSA que participavam da greve -os mesmos que já haviam sido dispensados em abril, num incidente que acabou levando a um golpe de Estado que afastou Chávez do poder por dois dias.

"Continuamos em greve até que nossos colegas demitidos tenham seu emprego de volta. Continuamos em greve até que o presidente renuncie", disse Juan Fernandez, que foi diretor de planejamento da PDVSA, durante uma reunião de grevistas.



Ontem, um coronel e um major do Exército foram à televisão para acusar Chávez, ele próprio um ex-coronel, de estar envolvendo as Forças Armadas na política. Eles fazem parte de um grupo de cerca de cem oficiais, nenhum deles comandante de tropas, que se declararam em rebelião pacífica contra o presidente. Até agora, porém, não há sinais de que os quartéis preparem um golpe militar.

A crise na Venezuela já bateu nos principais mercados do mundo e atingiu principalmente os carregamentos de combustível que deveriam ir para os Estados Unidos, principal cliente do país, que é o quinto maior exportador do mundo.

Ontem, os preços do petróleo dispararam, por causa da decisão da Opep de cortar parte do fornecimento internacional.
 

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