Reuters
15/12/2002 - 12h51

Colômbia cria força-tarefa após atentados em Bogotá

da Reuters, em Bogotá

O governo colombiano formou no sábado uma força-tarefa formado por diferentes forças de segurança do Estado para tentar evitar novos atentados, depois dos ataques terroristas em Bogotá, atribuídos à guerrilha, que deixaram pelo menos 23 feridos, entre eles um senador.

Os atentados da última sexta-feira (13) foram os mais recentes episódios de uma semana que levou a antiga guerra das zonas rurais à capital colombiana.

"O terrorismo é covarde; com a integração da força pública com a sociedade, derrotamos o terrorismo", disse o presidente Alvaro Uribe, depois de participar de um conselho de segurança.

"Compatriotas, se permitirmos que o terrorismo seja um meio legítimo de pressão sobre o Estado ou sobre a sociedade, será o fim da democracia", acrescentou.

As autoridades pediram a cooperação da população nas diversas atividades de segurança na capital e ofereceram recompensas em troca de informações que ajudem a evitar novos atentados.

Pelo menos 23 pessoas ficaram feridas na noite de sexta-feira na explosão de uma bomba colocada em uma mala deixada no restaurante no 30° andar de um hotel de Bogotá, que costuma hospedar congressistas que não moram na capital colombiana.

Poucas horas antes da explosão, o senador Germán Vargas, importante aliado do presidente Alvaro Uribe contra a guerrilha, perdeu um dedo ao abrir um livro-bomba que havia sido enviado ao seu escritório em Bogotá, embrulhado em papel de presente com motivos natalinos.

O governo atribuiu os atentados à guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e disse que os ataques mostraram que o Congresso deveria dar aos militares poderes que atualmente são reservados apenas à polícia.

O visitar o Hotel Tequendama, a ministra da Defesa, Marta Lucía Ramírez, afirmou que o Congresso deveria reconsiderar a decisão de não conceder aos militares poderes especiais, que incluem o direito de realizar escutas telefônicas.

"Se não for em circunstâncias como essas que iremos reforçar a capacidade das instituições e de nossas forças públicas, para quando vamos deixar", perguntou a ministra.

As medidas solicitadas pelo governo foram criticadas por grupos de defesa dos direitos humanos por supostamente restringir as liberdades individuais.

O senador Germán Vargas é conhecido por sua linha-dura contra a guerrilha de esquerda e apoiou a aprovação de leis decisivas para o governo de Uribe, como a desapropriação de bens do narcotráfico, um referendo para combater a corrupção e uma lei para tentar reduzir o tamanho do Estado.

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