Reuters
16/12/2002 - 10h37

Madeleine Albright será testemunha de julgamento em Haia

da Reuters, em Haia

Madeleine Albright, ex-secretária de Estado (chanceler) dos EUA, e Eli Wiesel, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, devem testemunhar nesta semana no julgamento da ex-presidente servo-bósnia Biljana Plavsic.

Albright, Wiesel (sobrevivente do Holocausto), Carl Bildt (ex-enviado da Organização das Nações Unidas aos Bálcãs) e vários sobreviventes da guerra na Bósnia devem dar declarações favoráveis e contrárias à mais alta ex-autoridade a confessar diante do tribunal de Haia (Holanda) sua responsabilidade por atrocidades durante os conflitos, disseram advogados.

Plavsic, 72, confessou em outubro ser culpada de uma das acusações imputadas a ela, a de perseguição. Segundo os advogados dela, a confissão dava mostras "do remorso profundo e incondicional" da ré. Outras acusações foram retiradas e a ex-presidente agora espera pela fixação de sua pena.

A decisão da acusada de admitir sua culpa marcava uma virada nos nove anos de história do tribunal, disse a procuradora geral do órgão, Carla Del Ponte.

"É a primeira vez, na história do tribunal, que uma figura de peso da ex-Iugoslávia, indiciada por um crime importante, confessa sua culpa."

Plavsic, de cabelos brancos, parecia relaxada antes do início da sessão. A ex-presidente vive em liberdade provisória há meses.

Ûnica mulher a ser acusada publicamente pelo tribunal da ONU em Haia, Plavsic tentará convencer os juízes de que está completamente arrependida do que fez.

A ex-professora de biologia declarou-se inicialmente inocente das acusações de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

Prevê-se que Plavsic diga-se arrependida das matanças, dos abusos sexuais e das deportações de que foram vítimas os moradores da Bósnia que não eram sérvios.

A promotoria deve pedir a prisão perpétua para a ex-dirigente.

Não se marcou ainda uma data para a divulgação da pena.

 

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