Reuters
16/12/2002 - 15h22

Argentinos preparam manifestações para lembrar mortes de 2001

da Reuters, em Buenos Aires

O presidente argentino, Eduardo Duhalde, descartou hoje a possibilidade de eventuais atos de violência nas mobilizações esperadas em todo país no aniversário de um ano da revolta popular que derrubou o presidente Fernando De la Rúa.

No dia 20 de dezembro, o então presidente De la Rúa renunciou após uma sangrenta repressão a uma revolta popular ter causado cerca de 30 mortes. Nesse período foram registrados diversos saques a comércios.

Um ano depois dos incidentes, grupos de desempregados, sindicatos e partidos de esquerda preparam diferentes manifestações durante esta semana em repúdio à repressão policial e às mortes, atos que serão encerrados na sexta-feira (13) com um protesto na Praça de Maio, em frente à Casa do governo.

A maioria das organizações fará passeatas pedindo "Que todos vão embora", o mesmo pedido dos manifestantes que protagonizaram o protesto que levou à queda de De la Rúa e dias depois de seu sucessor, o peronista e atual candidato à Presidência Adolfo Rodríguez Saá.

Segundo Duhalde, o governo não tomará nenhuma medida "excepcional". "Quando acontecerem as mobilizações, haverá uma mobilização também dos organismos de segurança para preservar espaços públicos e evitar que existam conflitos, mas nada especial", explicou.

Muitos donos de pequenos supermercados dos subúrbios de Buenos Aires já estão se preparando para eventuais saques levando para suas lojas diferentes tipo de armas.

"Marcha federal"
A chamada "Marcha Federal" estava marcada para começar hoje por volta das 13h30, hora local (14h30 de Brasília), quando várias pessoas partiriam de distintos pontos do país e, após percorrerem várias cidades argentinas, chegarão na sexta-feira (2) à Praça de Maio, onde irão se reunir com os outros grupos.

Dirigentes políticos e líderes de grupos de desempregados denunciaram semanas atrás que alguns setores do peronismo estavam organizando saques para desestabilizar Duhalde.

Na Argentina, os saques a supermercados têm um sentido especial, uma vez que forçaram a renúncia de dois presidentes: Raúl Alfonsín em 1989 e De la Rúa em 2001.

 

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