Horrores da Bósnia foram iguais aos da 2ª Guerra, diz Albright
da Reuters, em HaiaO horror "inimaginável" da Guerra da Bósnia (1992-95) lembrava as cenas apavorantes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), disse hoje Madeleine Albright, ex-secretária de Estado dos EUA, ao tribunal de crimes de guerra de Haia.
Em um testemunho histórico, parte do processo para determinar a pena de Biljana Plavsic, ex-presidente servo-bósnia, Albright, a pessoa que ocupou o cargo mais alto dos EUA a prestar depoimento ao tribunal de Haia, descreveu seu sentimento de horror ao ouvir os relatos sobre os estupros, matanças, tortura e campos de concentração para croatas e muçulmanos.
"Era inimaginável que esse tipo de coisa acontecesse", afirmou a ex-secretária.
"Tudo parecia realizado de forma deliberada, e não algum acidente resultante da ação de um soldado bêbado, ou algo assim, mas parte de um tipo de plano para erradicar vários grupos de pessoas."
Albright, cujo apoio de longa data ao tribunal de crimes de guerra criado em Haia valeu-lhe o título de "mãe do tribunal", compareceu ao local no segundo de três dias de audiência sobre a ex-presidente servo-bósnia.
Plavsic, 72, pode ser condenada à prisão perpétua depois de ter, em outubro, admitido ser culpada do crime de perseguição de muçulmanos e croatas nos conflitos do começo da década de 1990, nos quais morreram ou desapareceram 200 mil pessoas.
A ex-presidente, o cargo mais alto a admitir a realização de atrocidades na Bósnia e a única mulher indiciada publicamente nos nove anos de história do tribunal, evitou ser julgada ao confessar sua culpa em um dos crimes de que era acusada.
Outras acusações, entre as quais a de genocídio, foram retiradas.
Albright afirmou que as fotografias vindas das zonas de conflito da Bósnia "lembravam as imagens da Segunda Guerra Mundial".
Plavsic foi vice do líder dos sérvios na Bósnia durante a guerra, Radovan Karadzic, um dos homens mais procurados pelo tribunal. Mais tarde, ela assumiu o posto dele.
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