Reuters
17/12/2002 - 13h39

"Guerra ao terror" viola direitos humanos, diz ONU

da Reuters, em Helsinque (Finlândia)

Sérgio Vieira de Mello, chefe da área de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), disse hoje que a "guerra contra o terror", liderada pelos Estados Unidos, estava infringindo os direitos humanos e aumentando o preconceito no mundo.

"Eu diria que a guerra contra o terrorismo produziu alguns efeitos danosos para os direitos humanos em todo o mundo", afirmou o brasileiro, chefe do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (UNHCR).

Governos de todo o mundo usaram a "guerra contra o terror", declarada pelo presidente dos EUA, George W. Bush, depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, para justificar atos que, segundo Mello, eram violações aos direitos humanos.

O chefe do UNHCR afirmou entender a necessidade de haver uma prevenção contra os ataques a civis depois do 11 de setembro. Mas declarou que a "guerra contra o terror" havia agravado os casos de preconceito já existentes.

No ataque aos EUA, sequestradores assumiram o controle de quatro aviões de passageiros e jogaram dois contra o World Trade Center, em Nova York, e um contra o Pentágono (sede das Forças Armadas norte-americanas), nas cercanias de Washington. O quarto caiu em uma área rural da Pensilvânia.

Mello repetiu os temores divulgados pela antecessora dele no cargo, Mary Robinson, sobre o aumento da discriminação contra os muçulmanos.

"Os árabes e os muçulmanos experimentam um número cada vez maior de incidentes de discriminação racial", declarou o brasileiro.

Os EUA atribuíram os ataques de 11 de setembro à rede Al Qaeda, do militante nascido na Arábia Saudita Osama bin Laden. Vários dos supostos sequestradores dos ataques eram sauditas.

Mello afirmou que o anti-semitismo era um assunto que também merecia atenção.

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