Reuters
18/12/2002 - 03h05

Ex-líder da Bósnia faz "mea culpa" em tribunal de crimes de guerra

da Reuters, em Haia (Holanda)

A ex-presidente sérvia da Bósnia Biljana Plavsic disse ontem no tribunal da ONU em Haia que era assombrada pelo seu papel em promover a "limpeza étnica" na Guerra da Bósnia (1992-1995).

Madeleine Albright, ex-secretária de Estado dos EUA, condenara Plavsic mais cedo por apoiar a perseguição e a expulsão de não-sérvios da Bósnia. Mas Albright elogiou a "Dama de Ferro dos Bálcãs" por admitir parte da culpa pelas atrocidades que lembravam as cometidas pelos nazistas.

"Era muito evidente, para qualquer um que estivesse assistindo, que o que estava ocorrendo lembrava fotos da Segunda Guerra Mundial", disse Albright, a mais alta autoridade dos EUA a depor na corte de crimes de guerra.

O tribunal ouviu a defesa e a Promotoria nesta semana para determinar uma sentença para Plavsic depois que ela se declarou culpada em outubro de uma acusação por crimes contra a humanidade. Não há um prazo para a emissão da decisão. Ela pode ser condenada à prisão perpétua.

"O conhecimento de que eu sou responsável por tanto sofrimento humano e por sujar o caráter de meu povo sempre estará comigo", disse Plavsic, 72.

Plavsic é a mais alta autoridade a admitir atrocidades e a única mulher indiciada publicamente nos nove anos de existência do tribunal. Ela era a vice do líder sérvio da Bósnia Radovan Karadzic durante a Guerra da Bósnia, que deixou cerca de 200 mil pessoas mortas ou desaparecidas, e assumiu o cargo m 1996, quando ele foi forçado a deixá-lo. Ela rompeu com ele um ano depois e trabalhou, com o apoio de países ocidentais, para derrubar os aliados de linha dura de Karadzic.

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