Reuters
04/04/2001 - 19h44

Timidamente, EUA voltam às negociações do Oriente Médio

da Reuters, em Washington

A CIA (agência de inteligência norte-americana) voltou às negociações entre israelenses e palestinos hoje, em um sinal de que o governo Bush está se curvando à inevitabilidade de os EUA terem um papel ativo no processo de paz do Oriente Médio.

A retirada dos representantes da CIA das discussões de segurança foi uma das mudanças mais claras da nova administração com relação ao confronto entre palestinos e israelenses.

Trata-se de uma medida condizente com comentários menos específicos de George W. Bush no sentido de que, no seu governo, o país teria um papel menos ativo nas negociações, às quais o ex-presidente Bill Clinton devotou vários dias dos seus últimos meses de mandato.

O secretário de Estado Colin Powell disse no mês passado que os Estados Unidos vão ``assistir, não insistir''. E a principal autoridade norte-americana a cargo do problema disse que ``quando se chegar ao ponto de negociações, nós não vamos fazer as negociações''.

Mas o porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher, disse na quarta-feira que um representante norte-americano participaria das discussões sobre segurança que estão acontecendo em Atenas, na Grécia, no final do dia. Um porta-voz do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, disse que esse representante seria um funcionário da CIA,

``Um representante dos EUA vai participar do encontro para facilitar, monitorar e relatar qualquer evolução ao secretário'', disse Boucher. ``Ou seja, você pode dizer que se trata mais de facilitar do que de participar, mais precipitar do que participar. É diferente do papel que os Estados Unidos desempenharam em algum ponto no passado.''

Esse maior envolvimento no processo coincide com a visita de dois líderes árabes a Washington, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, e o rei da Jordânia, Abdullah. Mubarak disse hoje a norte-americanos de origem árabe e judaica que a mediação norte-americana é vital.

``Sem esse papel, o processo de paz no Oriente Médio sofreria enormemente, Sem ele, seria muito difícil para as partes atingir um acordo. Isso foi verdade no passado e continua válido hoje'', afirmou.

O rei Abdullah, que na próxima semana se encontra com Bush, disse na terça-feira que é necessário que o presidente desempenhe um papel mais ativo na aproximação entre israelenses e palestinos.

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