Ex-ministro da Educação é candidato a presidente no Paraguai
da Reuters, em AssunçãoO ex-ministro da Educação Nicanor Duarte Frutos ganhou ontem a indicação do Partido Colorado para concorrer às eleições presidenciais de 27 de abril, segundo pesquisas de boca-de-urna. A votação interna transcorreu sem incidentes.
Duarte Frutos, um advogado de 46 anos, tentará reverter um dos momentos de menor popularidade dos colorados, que governam o Paraguai há 55 anos.
"Vamos voltar a ser governo, a criar mão-de-obra, a incorporar tecnologia e a melhorar nossas relações com o Mercosul e a União Européia", disse. Segundo as pesquisas de boca-de-urna, Duarte teve 48,5% dos cerca de 500 mil votos, contra 42,6% do dirigente desportivo Osvaldo Domínguez Dibb. Mais de 1,2 milhão de paraguaios estavam habilitados a votar.
Domínguez Dibb disse a seus seguidores que só vai admitir a derrota após a contagem do último voto e que "é preciso se manter alerta". Apesar disso, prometeu apoiar o rival, "desde que a apuração dos votos seja limpa e as fraudes não cheguem a proporções que afetem os resultados".
Segundo o candidato, a apuração paralela feita por seu grupo dá a ele uma vantagem de dois pontos percentuais sobre Duarte.
Analistas dizem que a impopularidade do presidente Luis González Macchi, que supera os 70%, pode provocar problemas eleitorais para os colorados. O indicado enfrentará uma aliança formada pelo médico liberal Julio César Franco e pelo ex-general golpista Lino Oviedo, exilado no Brasil.
Franco, 52, foi eleito vice-presidente em 2000 e ficou no cargo até outubro. Essa foi a primeira derrota do Partido Colorado em uma eleição nacional desde 1989, quando a democracia foi restaurada no Paraguai.
Oviedo deixou o Partido Colorado em março para criar sua própria legenda. Ele não pode concorrer ao governo porque está com os direitos políticos cassados em razão de uma tentativa de golpe comandada por ele em 1996.
O Partido Colorado chegou ao poder em 13 de janeiro de 1947. Entre 1954 e 1989, deu sustentação à ditadura do general Alfredo Stroessner, para depois comandar o processo de democratização.
