Reuters
26/12/2002 - 15h03

"As Duas Torres" dá maior sensação de avanço na história

da Reuters

Depois de se aventurar no paraíso ao atravessar a Terra Média no ano passado, Frodo e sua trupe ficaram mais perto do inferno em "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres", que chega aos cinemas amanhã.

A segunda parte da monumental adaptação de Peter Jackson para a trilogia épica de J.R.R. Tolkien é em alguns sentidos um filme mais impressionante que o primeiro.

Marcado por conflitos intermitentes e uma batalha emocionante que teria deixado Akira Kurosawa morrendo de inveja, o novo filme tem uma narrativa mais costurada e dá uma maior sensação de avanço na história do que "A Sociedade do Anel".

Não há dúvidas de que a maioria do público mundial que deu ao primeiro filme uma arrecadação de US$ 860 milhões vai retornar para essa segunda parte da aventura fantástica.

Certamente não há por aí muitos filmes com tantas imagens de morte e destruição quanto "As Duas Torres". Em quase todas as cenas, os principais personagens são ameaçados de extinção, e paira no ar o espectro maligno do bruxo do mal Saruman, cuja vitória eliminaria o último bastião de resistência à sua busca pelo domínio total da Terra Média.

Frodo (Elijah Wood) e seu amigo hobbit Sam (Sean Astin) são acompanhados em seu caminho pelas montanhas pelo estranho Gollum, que os guia a Mordor. A criatura, interpretada por Andy Serkis e depois recriada inteiramente por computador, é um dos pontos mais comentados do filme.

O grupo não vai muito longe, uma vez que a história se concentra na luta heróica dos guerreiros Aragorn (Viggo Mortensen), Legolas (Orlando Bloom) e Gimli (John Rhys-Davies) na ajuda ao rei Theoden de Rohan (Bernard Hill) contra o exército de Saruman.

Ritmo rápido

Sem pausas para recapitular ações do passado, Jackson e seus co-roteiristas Fran Walsh, Philippa Boyens e Stephen Sinclair mantém o ritmo do filme rápido às custas de um pouco de fantasia.

Para quem não é fanático pelos livros de Tolkien parece faltar nos filmes um elemento essencial que transporte a audiência para um outro mundo.

Apesar da visão, da capacidade e da segurança que Jackson e sua talentosa equipe demostraram no ambicioso projeto, parece haver competência demais e encanto de menos.

Mas, na verdade, é difícil imaginar uma versão cinematográfica melhor do que a de Jackson. As excepcionais locações na Nova Zelândia parecem ter sido especialmente criadas para o filme, e a forma pela qual as descrições de Tolkien foram realizadas nos cenários, figurinos, maquiagem, efeitos especiais e no elenco é admirável.

A trilha sonora vigorosa de Howard Shore, com seus tons sombrios, e a contribuição musical de Enya dão uma valiosa sustentação à história.

Os atores de "Sociedade" continuam interessantes em "Duas Torres", e os novos, como Miranda Otto, Bernard Hill, Brad Dourif e Andy Serkis aumentam o sabor do filme.

Com 179 minutos, a produção é apenas um minuto mais longa que a anterior e deixa uma irresistível ansiedade pela última parte da trilogia, que deverá chegar aos cinemas no Natal de 2003.

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