Reuters
26/12/2002 - 19h03

Senado paraguaio inicia julgamento do presidente González Macchi

da Reuters, em Assunção (Paraguai)

O Senado do Paraguai recebeu hoje um pedido de julgamento político por acusações de corrupção contra o presidente Luis González Macchi. O pedido foi enviado para uma comissão especial que se pronunciará na próxima semana, disseram autoridades legislativas.

"Vamos estudá-lo na segunda-feira (30)", disse a jornalistas o senador Miguel Angel Ramírez, presidente da comissão de assuntos constitucionais do Senado. O processo foi iniciado no começo de dezembro pela Câmara dos Deputados.

González Macchi sofre cinco acusações de corrupção e mau desempenho de funções. Ele deverá ser julgado pelo Senado, formado por 45 membros. São necessários 30 votos para sua destituição.

"Opinaremos sobre o procedimento a seguir (...) conforme os antecedentes, e opino de maneira pessoal, a comissão deve recomendar que a plenária dite uma resolução estabelecendo os passos para o tratamento", disse Ramírez, membro do Partido Colorado (governo).

Depois da votação no Senado, o presidente do Congresso deverá convocar uma reunião plenária para determinar se González Macchi é culpado ou inocente.

Os legisladores leais a González Macchi, que tem rejeição popular de mais de 70%, segundo pesquisas, afastaram-se do presidente publicamente antes das eleições de 27 de abril, afirmando que defender o presidente espantaria votos.

O Partido Colorado enfrentará na eleição uma aliança eleitoral do Partido Liberal com uma facção dissidente do partido governista liderada pelo ex-general golpista Lino Oviedo, exilado no Brasil.

O Partido Colorado está no poder há 55 anos, incluindo os 35 anos de ditadura de Alfredo Stroessner, derrotado em 1989 e também exilado no Brasil.

A Justiça paraguaia condenou Oviedo a dez anos de prisão por tentativa de golpe em 1996. Ele também é acusado de envolvimento no assassinato do vice-presidente Luis María Argana, em 1999. A crise após a morte de Argana culminou com a queda do presidente Raúl Cubas.

O Congresso anulou seu recesso anual, que deveria começar em 20 de dezembro, devido à necessidade de tramitação do julgamento político. É provável que quatro ministros que foram eleitos senadores voltem ao Parlamento para tentar impedir a remoção do presidente.

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