ELN rompe negociações com o governo colombiano
da Reuters, em BogotáO Exército de Libertação Nacional (ELN), segundo maior grupo guerrilheiro da Colômbia, anunciou hoje a suspensão de negociações preliminares de paz com o governo, acusando as autoridades de planejarem a guerra no país.
"O governo está se preparando para lutar e financiar uma guerra, expandi-la através do país e legitimar a intervenção internacional", afirmou a guerrilha em comunicado publicado no site do grupo (www.eln-voces.com).
Inspirado pela revolução cubana, o ELN foi fundado na década de 60 e tem um efetivo estimado hoje em 5.000 combatentes.
O governo do presidente Alvaro Uribe, que assumiu em agosto, reconheceu ter encontrado representantes do ELN em Cuba, na expectativa de iniciar negociações formais para um acordo de paz.
Uribe, um sólido aliado dos Estados Unidos e anfitrião de soldados norte-americanos encarregados de treinar tropas colombianas, insiste que as negociações de paz com qualquer grupo armado ilegal do país devem começar com um cessar-fogo.
O ELN acusa Uribe, que iniciou planos militares e planeja criar uma rede de um milhão de informantes civis, de ser recusar a discutir sobre os problemas sociais que a guerrilha afirma ser o motivo para os 38 anos de conflito armado no país.
Os principais grupos paramilitares de extrema direita do país, incluindo a Autodefesa Unida da Colômbia (AUC), declararam um cessar-fogo e o governo disse que estudará as possibilidades de negociações.
Entretanto, não há sinais de avanço nas discussões com o maior grupo guerrilheiro colombiano, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que têm cerca de 17 mil combatentes em suas fileiras.
O antecessor de Uribe, Andres Pastrana, tentou por três anos estabelecer um acordo de paz com as Farc, mas as negociações foram rompidas em fevereiro.
Os grupos armados ilegais da Colômbia financiam suas operações por meio de sequestros, extorsões e "impostos" sobre atividades econômicas das áreas que ocupam, incluindo tráfico de drogas.
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