Reuters
27/12/2002 - 19h45

Combate entre rebeldes e paramilitares mata 50 na Colômbia

da Reuters, em Bogotá

Pelo menos 50 combatentes morreram em um ataque da principal força guerrilheira da Colômbia a um acampamento paramilitar no norte do país, em um dos piores choques entre estes grupos armados ilegais, informou o Exército colombiano hoje.

Os combates aconteceram ontem, perto do povoado de San Pablo, 320 quilômetros ao norte de Bogotá, onde rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) atacaram de surpresa um acampamento das Autodefesas Camponesas da Colômbia.

"As Autodefesas haviam desalojado as Farc do setor e as Farc, novamente em suas ações terroristas, fizeram o ataque contra as Autodefesas, com um resultado de uns 50 bandidos mortos de ambos os grupos" disse a jornalistas o coronel do Exército Lucio Javier Latorre.



Habitantes do povoado de Pozo Azul que fugiram do fogo cruzado disseram a autoridades que a maioria dos mortos pertence ao Bloco Central Bolívar das Autodefesas Camponesas da Colômbia, o segundo maior grupo paramilitar do país.

As testemunhas disseram que os corpos estavam no meio da selva e em avançado estado de decomposição. Também afirmaram que muitos artefatos explosivos ainda ativos estavam espalhados pela região.

"O cadáveres estão destroçados e decompostos, há animais que também morreram" disse por telefone um camponês a um canal de televisão.

Rebeldes de esquerda e paramilitares de direita travam combates em várias regiões da Colômbia, onde o conflito interno que já dura 38 anos matou 40 mil pessoas nas últimas décadas.

Os esquadrões paramilitares, acusados de cometer as piores violações contra os direitos humanos e de contar com apoio de alguns setores do Exército, combatem as Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN), segunda maior guerrilha do país.

Os grupos lutam pelo controle de zonas estratégicas para o tráfico de armas e o cultivo de coca e papoula, e processamento de cocaína e heroína.

O ataque aconteceu depois que os principais grupos paramilitares, que contam com mais de 10 mil combatentes, declararam um cessar-fogo unilateral em 1º de dezembro. A medida tem como objetivo iniciar uma negociação de paz com o governo do presidente Alvaro Uribe

Os paramilitares e a guerrilha, considerados organizações terroristas pelos Estados Unidos, são acusados pelos governos de Washington e Bogotá de se financiarem com recursos do narcotráfico.

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