Reuters
03/01/2003 - 15h10

Milhares de paquistaneses fazem protestos contra os EUA

da Reuters, em Islamabad (Paquistão)

Milhares de paquistaneses protestaram hoje contra a presença de tropas dos Estados Unidos na região, contra um possível ataque ao Iraque e contra o que uma faixa chamava de "holocausto dos muçulmanos".

Os manifestantes também queimaram um retrato do presidente dos EUA, George W. Bush, em protestos em todo o país organizados pela coalizão radical islâmica Muttahida Majlis-e-Amal (MMA). A coalizão, formada por seis partidos, conquistou grandes vitórias em uma eleição em outubro ao explorar o sentimento antiamericano.

Nas maiores manifestações, a polícia observou cerca de 2.000 pessoas reunidas na cidade central de Multan. Números similares foram registrados em Lahore e Quetta, próximo à fronteira afegã, onde a oposição à ação norte-americana no Afeganistão é mais forte.

"A guerra vai continuar até a destruição de Bush", gritou a multidão em Multan, localizado na populosa província de Punjab. "Bush está sedento do sangue dos muçulmanos."

Em Peshawar, os manifestantes queimaram uma foto de Bush e gritaram "Não à guerra no Iraque".

Na capital, Islamabad, 800 homens reuniram-se perto da Mesquita Vermelha. Uma faixa dizia "Holocausto dos muçulmanos".

Grupos islâmicos ficaram furiosos quando o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, aliado dos EUA em sua "guerra contra o terrorismo", apoiou Washington em sua luta contra a milícia afegã Taleban, que foi armada e treinada pelo Paquistão.

A coalizão MMA, que agora controla toda a Província da Fronteira Noroeste e parte do Baluquistão, ambas com fronteira com o Afeganistão, conta com clérigos pró-Taleban entre seus líderes.

Musharraf disse que uma ataque contra o Iraque teria repercussões negativas entre o mundo islâmico. Uma série de ataques fatais a alvos cristãos e ocidentais no Paquistão, no ano passado, foram associados a militantes islâmicos contrários à posição pró-EUA de Musharraf.

O Taleban é acusado de proteger a rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, acusada pelos EUA dos ataque de 11 de setembro de 200, em que morreram cerca de 3.000 pessoas.

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