Reuters
07/01/2003 - 09h54

Homem forte de Bin Laden incentiva morte de americanos, diz carta

da Reuters, no Cairo

Uma carta supostamente escrita por um importante líder da Al Qaeda, o egípcio Ayman Zawahri, número dois do saudita Osama bin Laden, incentiva os muçulmanos a continuarem sua "guerra santa", matando norte-americanos e outros "inimigos de Deus", disse hoje o advogado Montasser Al Zayat, que teria recebido o texto publicado no jornal árabe "Al Hayatque".

"Por Deus, não impeça que novas almas muçulmanas se aproximem da jihad (guerra santa), representada pela morte de todos os americanos que nos matam", dizia a carta, recebida Al Zayat.

Zayat disse que recebeu a carta por e-mail, ontem, e em seguida a enviou para publicação. "Sei que a jihad contra os inimigos de Deus, que nos matam em todos os lugares, deve ter um preço, mas esse preço é muito baixo, seja qual for, já que satisfaz a Deus e nos ajudará a entrar no céu", dizia o texto.

Zawahri é o fundador do Jihad Islâmico Egípcio, grupo extremista ao qual se atribui a culpa pelo assassinato do presidente egípcio Anwar Sadat, em 1981, e que participou de uma campanha para derrubar o presidente Hosni Mubarak em 1995.

Em 1998, Zawahri teria feito um pacto contra os Estados Unidos com Osama bin Laden, de quem se tornou o braço-direito. Seu paradeiro é desconhecido.

Zayat, que admite conhecer Zawahri, é considerado um porta-voz extra-oficial de uma das facções islâmicas do Egito. Entretanto, ele condena publicamente a violência e defende um acordo de paz entre os militantes e o governo de seu país.

O advogado disse que a carta provavelmente é autêntica, pois seria resposta a uma mensagem a Zawahiri colocada em setembro por Zayat na internet.

Na carta, Zawahri dizia-se favorável ao fim dos atentados no Egito. Nos últimos anos, o mais grave desses incidentes ocorreu em Luxor, em 1997, e resultou na morte de 62 pessoas, das quais 58 turistas estrangeiros.

Analistas dizem que, apesar do empenho do governo egípcio em conter a militância islâmica após aquele ataque, é impossível dizer se os radicais abandonaram seu sonho de constituir um Estado religioso ou se estão apenas recuperando o fôlego antes de agir novamente.

Com agências internacionais
 

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