ETA pede que subcomandante Marcos fique fora do conflito basco
da Reuters, em Madri (Espanha)O grupo separatista basco ETA disse ao subcomandante Marcos, líder da guerrilha zapatista no México, para ficar fora do conflito basco. O ETA ficou aparentemente pouco impressionado com a polêmica verbal entre Marcos e o juiz espanhol Baltasar Garzón, que tenta acabar com o grupo.
Reuters - 25.fev.2001 |
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Subcomandante Marcos, líder zapatista |
"Não temos intenção de participar de uma pantomima para ganhar espaço nos jornais internacionais nem queremos fornecer inspiração para a próxima camiseta da moda nas ruas de Madri", afirmou o ETA, considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos e pela União Européia.
Garzón, juiz da Alta Corte espanhola que lidera uma forte batalha legal contra o ETA e seus partidários, não foi mencionado nominalmente na declaração.
O magistrado, que ficou conhecido pela tentativa de processar o ex-ditador chileno Augusto Pinochet, normalmente assume os maiores casos da Espanha. Recentemente, ele suspendeu o partido político basco radical Batasuna, que, segundo ele, era um braço do ETA.
"Palhaço grotesco"
O subcomandante Marcos disparou suas primeiras balas em novembro, quando escreveu uma carta, publicada num jornal espanhol, que desqualificou Garzón, classificando-o de "palhaço grotesco" por declarar o Batasuna ilegal.
Garzón respondeu em dezembro, chamando Marcos de "barco que está afundando" e acusando-o de não ter se sensibilizado com as mais de 800 mortes que o ETA já causou em sua busca pela independência basca.
Garzón também desafiou Marcos a participar de um debate sobre o conflito basco. Marcos aceitou, apesar de impor uma série de condições, e prometeu tirar sua máscara de esqui, finalmente mostrando seu rosto em público, se perder o debate.
Marcos liderou o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) contra o governo mexicano em 1994, em nome dos direitos indígenas. Desde então, tem vivido na floresta de Chiapas (sul do México), transformando-se em um nome admirado por grupos de esquerda ao redor do mundo.
Apesar de Marcos e o ETA fazerem elogios mútuos em relação às suas causas, Marcos pediu ao ETA que pare de matar pessoas. A campanha de tiroteios e atentados a bomba do ETA, que frequentemente vitima civis, é condenada em toda a Espanha, exceto por uma minoria de radicais bascos.
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