Reuters
07/01/2003 - 17h14

ETA pede que subcomandante Marcos fique fora do conflito basco

da Reuters, em Madri (Espanha)

O grupo separatista basco ETA disse ao subcomandante Marcos, líder da guerrilha zapatista no México, para ficar fora do conflito basco. O ETA ficou aparentemente pouco impressionado com a polêmica verbal entre Marcos e o juiz espanhol Baltasar Garzón, que tenta acabar com o grupo.

Reuters - 25.fev.2001
Subcomandante Marcos, líder zapatista
Em um comunicado de Ano Novo publicado ontem em um jornal basco, o ETA elogiou o movimento rebelde zapatista. Mas ridicularizou um debate proposto com o juiz Garzón, classificando-o de "ação desesperada" e golpe publicitário.

"Não temos intenção de participar de uma pantomima para ganhar espaço nos jornais internacionais nem queremos fornecer inspiração para a próxima camiseta da moda nas ruas de Madri", afirmou o ETA, considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos e pela União Européia.

Garzón, juiz da Alta Corte espanhola que lidera uma forte batalha legal contra o ETA e seus partidários, não foi mencionado nominalmente na declaração.

O magistrado, que ficou conhecido pela tentativa de processar o ex-ditador chileno Augusto Pinochet, normalmente assume os maiores casos da Espanha. Recentemente, ele suspendeu o partido político basco radical Batasuna, que, segundo ele, era um braço do ETA.

"Palhaço grotesco"
O subcomandante Marcos disparou suas primeiras balas em novembro, quando escreveu uma carta, publicada num jornal espanhol, que desqualificou Garzón, classificando-o de "palhaço grotesco" por declarar o Batasuna ilegal.

Garzón respondeu em dezembro, chamando Marcos de "barco que está afundando" e acusando-o de não ter se sensibilizado com as mais de 800 mortes que o ETA já causou em sua busca pela independência basca.

Garzón também desafiou Marcos a participar de um debate sobre o conflito basco. Marcos aceitou, apesar de impor uma série de condições, e prometeu tirar sua máscara de esqui, finalmente mostrando seu rosto em público, se perder o debate.

Marcos liderou o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) contra o governo mexicano em 1994, em nome dos direitos indígenas. Desde então, tem vivido na floresta de Chiapas (sul do México), transformando-se em um nome admirado por grupos de esquerda ao redor do mundo.

Apesar de Marcos e o ETA fazerem elogios mútuos em relação às suas causas, Marcos pediu ao ETA que pare de matar pessoas. A campanha de tiroteios e atentados a bomba do ETA, que frequentemente vitima civis, é condenada em toda a Espanha, exceto por uma minoria de radicais bascos.

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