Reuters
08/01/2003 - 16h11

Exército da Argélia procura integrantes da Al Qaeda

da Reuters, em Argel (Argélia)

O Exército argelino, que perdeu 49 soldados no pior ataque rebelde dos últimos anos, está no encalço de integrantes da Al Qaeda que teriam entrado na Argélia para incitar um levante islâmico, segundo informou hoje a mídia local.

O diário "Le Matin" afirmou, citando fontes não identificadas, que o Exército capturou um membro da rede terrorista de Osama bin Laden, que teria dito que outros membros da rede se infiltraram no país muçulmano do norte da África.

Segundo os jornais, experientes combatentes da Al Qaeda tomaram parte no mais mortal ataque rebelde em seis anos em um comboio militar no sul da Argélia, no sábado (4).

O número de mortos na emboscada subiu para 49 depois que dois soldados morreram ontem em função de ferimentos, segundo o "Le Matin".

O jornal afirma que as forças governamentais, vasculhando áreas próximas ao local do ataque, na Província de Biskra, mataram quatro rebeldes. Não foi informado se integrantes da Al Qaeda estavam entre os mortos.

Pelos menos dois membros da Al Qaeda, rede responsabilizada pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA, se infiltraram na fortaleza rebelde de Sidi-Ali Bounab, em uma região íngreme e montanhosa na Província de Tizi-Ouzou, a leste de Argel.

O Grupo Salafista de Pregação e Combate, liderado por Hassan Hattab, tem bases nessa região. O governo diz que o grupo, conhecido por sua sigla em francês (GSPC), tem ligação com a Al Qaeda e que Hattab teve pelo menos uma conversa telefônica com Bin Laden antes dos ataques de 11 de setembro de 2001.

"Esses dois membros da Al Qaeda se encontraram com o braço direito de Hattab, Hamid Saadaoui, conhecido como Abou el Yaytham, em diversas ocasiões nos últimos dias, nas montanhas", disse o jornal.

A publicação afirma que Saadaoui planejava atacar altas autoridades governamentais argelinas, com a ajuda dos dois homens.

A mídia local afirma que o Exército matou o mais alto membro da Al Qaeda no norte da África em setembro. Emad Abdelwahid Ahmed Alwan, um iemenita de 37 anos, estava visitando as instalações do GSPC para recrutar atiradores para operações da Al Qaeda fora da Argélia, segundo os jornais.

A Argélia vem sendo alvo de violência desde 1992, quando as autoridades cancelaram uma eleição parlamentar que radicais islâmicos haviam fraudado. Segundo o governo, mais de 100 mil pessoas foram mortas desde então.

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