Argélia receberá armas dos EUA para combater rebeldes
da Reuters, em ArgelO Exército argelino receberá em breve o primeiro lote de armas avançadas dos Estados Unidos para fortalecer o combate que trava há 11 anos contra os rebeldes islâmicos, os quais aparentemente iniciaram uma nova ofensiva. As informações foram publicadas hoje pela imprensa local.
Na semana passada, o Exército argelino perdeu 59 soldados em ataques dos rebeldes, os mais violentos em vários anos.
O jornal "Saout Al Ahrar", alinhado ao partido governista Frente de Libertação Nacional, disse que o Exército tem "um novo plano para combater o terrorismo na Argélia, intensificando a presença da segurança em todas as Províncias, com a ajuda das avançadas armas que vai receber de Washington nos próximos dias".
A embaixada norte-americana em Argel não comentou o assunto.
Nos últimos anos, os Estados Unidos venderam vários equipamentos militares à Argélia, como rádios, veículos, aviões de vigilância e peças para o cargueiro C-130. No mês passado, Washington disse que nenhum dos equipamentos fornecidos tem poder letal.
O Departamento de Estado disse na ocasião que a Argélia havia pedido mais equipamento militar, e que as solicitações seriam estudadas caso a caso.
Segundo o jornal argelino, o Exército a partir de agora abandonará a tática de vigiar apenas as chamadas "áreas úteis" -cidades importantes e instalações economicamente estratégicas- e passará a fazer incursões ocasionais em redutos dos rebeldes muçulmanos.
Outro jornal, o "Le Matin", disse que oito soldados foram mortos ontem em Sidi-Ali Bounab, uma região de florestas e montanhas na Província de Tizi-Ouzou, habitada pela minoria étnica berbere, a leste da capital.
No sábado (4), outro ataque, numa emboscada com garrafas de gás explosivo, já havia provocado a morte de 49 soldados. Outros dois soldados foram mortos em incidentes separados.
Segundo os jornais locais, a rede Al Qaeda, de Osama bin Laden, está enviando militantes à Argélia. Eles teriam participado do atentado de sábado, reivindicado pelo Grupo Salafista de Prece e Combate. O governo diz que interceptou pelo menos uma ligação telefônica de seu líder, Hassan Hattab, para Bin Laden antes dos ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.
A guerra civil na Argélia começou em 1992, quando o governo anulou eleições gerais que deveriam ser vencidas pelos radicais islâmicos. Desde então, mais de 100 mil pessoas já morreram, segundo o governo. De acordo com fontes independentes, o número de vítimas fatais do conflito chega a 150 mil.