Reuters
09/01/2003 - 13h37

Argélia receberá armas dos EUA para combater rebeldes

da Reuters, em Argel

O Exército argelino receberá em breve o primeiro lote de armas avançadas dos Estados Unidos para fortalecer o combate que trava há 11 anos contra os rebeldes islâmicos, os quais aparentemente iniciaram uma nova ofensiva. As informações foram publicadas hoje pela imprensa local.

Na semana passada, o Exército argelino perdeu 59 soldados em ataques dos rebeldes, os mais violentos em vários anos.

O jornal "Saout Al Ahrar", alinhado ao partido governista Frente de Libertação Nacional, disse que o Exército tem "um novo plano para combater o terrorismo na Argélia, intensificando a presença da segurança em todas as Províncias, com a ajuda das avançadas armas que vai receber de Washington nos próximos dias".

A embaixada norte-americana em Argel não comentou o assunto.

Nos últimos anos, os Estados Unidos venderam vários equipamentos militares à Argélia, como rádios, veículos, aviões de vigilância e peças para o cargueiro C-130. No mês passado, Washington disse que nenhum dos equipamentos fornecidos tem poder letal.

O Departamento de Estado disse na ocasião que a Argélia havia pedido mais equipamento militar, e que as solicitações seriam estudadas caso a caso.

Segundo o jornal argelino, o Exército a partir de agora abandonará a tática de vigiar apenas as chamadas "áreas úteis" -cidades importantes e instalações economicamente estratégicas- e passará a fazer incursões ocasionais em redutos dos rebeldes muçulmanos.

Outro jornal, o "Le Matin", disse que oito soldados foram mortos ontem em Sidi-Ali Bounab, uma região de florestas e montanhas na Província de Tizi-Ouzou, habitada pela minoria étnica berbere, a leste da capital.

No sábado (4), outro ataque, numa emboscada com garrafas de gás explosivo, já havia provocado a morte de 49 soldados. Outros dois soldados foram mortos em incidentes separados.

Segundo os jornais locais, a rede Al Qaeda, de Osama bin Laden, está enviando militantes à Argélia. Eles teriam participado do atentado de sábado, reivindicado pelo Grupo Salafista de Prece e Combate. O governo diz que interceptou pelo menos uma ligação telefônica de seu líder, Hassan Hattab, para Bin Laden antes dos ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.

A guerra civil na Argélia começou em 1992, quando o governo anulou eleições gerais que deveriam ser vencidas pelos radicais islâmicos. Desde então, mais de 100 mil pessoas já morreram, segundo o governo. De acordo com fontes independentes, o número de vítimas fatais do conflito chega a 150 mil.

 

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