Reuters
11/01/2003 - 11h21

Sul-coreanos protestam contra novo filme do 007

da Reuters, em Seul (Coréia do Sul)

Manifestantes sul-coreanos foram em grande número aos cinemas do país neste sábado para tentar impedir a exibição do último filme de James Bond, o agente 007, em um protesto que tomou conta do país.



O 20º filme da série, "Um Novo Dia Para Morrer", estreou nos cinemas do país no dia 31 de dezembro e mexeu com os brios ao norte e sul da fronteira em razão de cenas que os manifestantes afirmam que transforma a Coréia do Norte em vilã e ofendem o orgulho nacional.

Os manifestantes estavam tão raivosos que ignoraram ou até se orgulharam da atitude da Coréia do Norte que anunciou sua retirada do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP).

No filme, o espião britânico Bond, interpretado pelo ator irlandês Pierce Brosnan, é torturado por agentes da Coréia do Norte e faz sexo no que parece ser um templo budista.

No cinema Daehan, no centro de Seul, uma dúzia de universitários cantavam canções pedindo a unificação da Coréia e atacando os Estados Unidos.

O governo da Coréia do Norte, envolvido na polêmica sobre retomada de seus projetos nucleares, classificou o filme de "espetáculo sujo e amaldiçoado" que mostra a inimizade dos Estados Unidos pelo país.

"Quando uma crise está acontecendo na Península Coreana, exibir um filme que mostra uma guerra na Coréia e oficiais militares americanos e britânicos atacando a Coréia do Norte é um grande problema", afirmou Kang Hyung-goo, diretor do comitê de unificação pacífica das Coréias, organizador do protesto.

"Eu não assisti o filme porque me oponho à idéia de exibi-lo nos dias de hoje, considerando o que está acontecendo agora", disse Sung Hyo-jin, que trabalha em um escritório na capital. "Eu não me sinto ameaçado pelo programa nuclear da Coréia do Norte. Aliás, eu estou orgulhoso da Coréia do Norte, que tem firmeza para se levantar diante dos Estados Unidos."

"Um Novo Dia Para Morrer" atingiu um público de 426.200 pessoas no seu primeiro final de semana de exibição, apesar das críticas e do crescente boicote, mas o número de exibições vem diminuindo.

"Nós temos diminuído o número de exibições diariamente e, devido ao que está acontecendo e respeitando a opinião pública, nós decidiremos parar de exibir o filme logo", disse um gerente de uma sala de cinema.

A agência oficial de notícias da Coréia do Norte também atacou a exibição do filme, dizendo que era a prova das intenções hostis dos Estados Unidos com relação ao país.

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