Reuters
12/01/2003 - 13h09

Opep deve aumentar produção temporariamente devido greve na Venezuela

da Reuters, em Viena

A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) prepara-se para produzir temporariamente mais petróleo. Ministros do Petróleo do Kuwait e dos Emirados Árabes Unidos declararam que as negociações preliminares estimam um aumento da produção diária entre um milhão e 1,5 milhões de barris.

Mas os sauditas querem mais. Segundo o ministro do Petróleo e Recursos Minerais da Arábia Saudita, Ali Naimi, o déficit causado pela paralisação da Venezuela é de dois milhões de barris por dia, e por isso esses números não seriam suficientes.

A intenção é evitar o aumento dos preços do petróleo, devido à greve na Venezuela e à possibilidade de guerra no Iraque, a patamares que possam prejudicar o crescimento econômico mundial. Recentemente, o preço ultrapassou US$ 33 por barril, pela primeira vez em dois anos. Na sexta-feira, o barril foi avaliado em US$ 31,58.

A Arábia Saudita, principal produtor do cartel, que detém a maior capacidade produtora de petróleo do mundo, declarou que já estava aumentando sua produção para compensar o déficit de dois milhões de barris por dia no mercado mundial.

Segundo Naimi, seu país tem a capacidade de produzir mais de 10 milhões de barris por dia em duas semanas, o que ultrapassa a média de dezembro em dois milhões de unidades.

No entanto, o ministro saudita mostrou-se hoje pela manhã contrário ao aumento do limite na produção mundial. "Em dezembro, avaliamos que o mercado necessitava de 23 milhões de barris por dia, e vamos manter esse limite", disse ele.

Ele avalia, porém, que a produção na Arábia Saudita ''pode chegar, imediatamente, a 10,5 milhões de barris diários. "Mas para manter esse nível de produção precisaríamos de 90 dias para formalizar a produção extra junto às empresas exploradoras", disse ele, antes de participar de uma reunião de emergência com outros integrantes da Opep em Viena marcada para hoje.

Segundo Naimi, outros membros do cartel, como os Emirados Árabes Unidos, a Nigéria e a Argélia, também podem aumentar sua produção.

Isso significa que, assim que a Venezuela retomar sua produção, os países encarregados da oferta dos barris extras retomarão o nível de produção anterior à crise. Mas, já que não há previsão para o final da greve, isso ainda pode demorar um pouco.

Ali Rodriguez, presidente da estatal Petróleos de Venezuela S.A., afirmou que sabotagens nos locais de exploração e nos sistemas de computador atrasarão a retomada da produção.
 

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