Reuters
13/01/2003 - 08h19

Espião dos EUA suspeito de ajudar o Iraque vai a julgamento

da Reuters, em Washington

No momento em que os Estados Unidos aproximam-se de um possível confronto com o Iraque, começa nesta semana o julgamento de um ex-analista da inteligência norte-americana por supostamente tentar vender informações altamente confidenciais de defesa ao Iraque e à Líbia. Ele pode ser condenado à morte.

Brian Regan, 40, é acusado de espionagem por escrever cartas quase idênticas ao presidentes do Iraque, Saddam Hussein, e a Muammar Gaddafi (Líbia), oferecendo vigilância de satélite altamente secreta e outros matérias de defesa por US$ 13 milhões.

O julgamento começa hoje em Alexandria, Virgínia, com a seleção do júri, e a expectativa é de que tenha duração de duas a três semanas.

Promotores federais disseram que vão tentar a pena de morte caso Regan seja condenado.

Regan, um ex-analista da inteligência da Força Aérea dos Estados Unidos que trabalhou na agência que comanda os satélites-espiões do país, declarou-se inocente das acusações de tentativa de espionagem -para Iraque, Líbia e China- e de coletar informações da defesa nacional.

As acusações de tentativa de espionagem para o Iraque e a Líbia podem levar à pena de morte. Se condenado, Regan pode se tornar a primeira pessoa a ser executada por espionagem em cerca de 50 anos.

Nas cartas enviadas a Saddam e a Kadafi, Regan teria afirmado estar pronto para cometer espionagem contra os Estados Unidos, fornecendo informações altamente confidenciais. O analista se apresentava como analista da CIA (inteligência dos EUA), a agência de inteligência norte-americana, que tinha acesso a vários documentos.

Na correspondência a Saddam, Regan pediu US$ 13 milhões em troca de informações detalhadas sobre os satélites de reconhecimento dos Estados Unidos. Para os promotores, a carta mostra que Regan sabia da gravidade de sua oferta.

Os advogados de Regan criticam o governo por tentar conseguir a pena de morte, uma vez que ele apenas tentou, mas nunca praticou espionagem.

Regan, que deixou a Força Aérea em 2000, foi preso em agosto de 2001 por agentes do FBI (polícia federal dos Estados Unidos), ao tentar embarcar para a Suíça.

 

FolhaShop

Digite produto
ou marca