Guerra contra o Iraque deve ser evitada, diz João Paulo 2º
da Reuters, no VaticanoO papa João Paulo 2º condenou hoje uma possível guerra contra o Iraque, dizendo que ela poderia ser evitada e que seria uma derrota para a humanidade.
Ele deixou clara sua oposição em seu discurso anual para diplomatas credenciados no Vaticano.
"Não à guerra! A guerra não é sempre inevitável. É sempre uma derrota para a humanidade", afirmou o pontífice.
"E o que diríamos da ameaça de uma guerra que pode atingir o Iraque, a terra dos Profetas, a terra de uma população já penalizada por mais de 12 anos de embargo?", perguntou.
"A guerra é apenas um dos meios que podem ser usados para resolver as diferenças surgidas entre países", declarou em uma outra clara referência à concentração de tropas norte-americanas a serem usadas em uma eventual investida contra o Iraque.
O papa disse que a lei internacional e a diplomacia eram os únicos meios válidos para resolver diferenças.
"A guerra em si é um ataque à vida humana porque provoca sofrimento e morte. A batalha pela paz é sempre a batalha pela vida."
Durante a Guerra do Golfo (1991), as relações entre o Vaticano e os EUA viram-se abaladas por causa da recusa do papa de declarar inequivocamente que aquele conflito era "justo", segundo os padrões da Igreja Católica.
Os católicos consideram "justa" uma guerra que atenda ao que são consideradas algumas condições rigorosas de legitimidade moral. Também se prevê que os meios alternativos sejam esgotados antes do uso da força.
Nos outros trechos de seu discurso, o papa falou sobre o conflito entre israelenses e palestinos e a instabilidade na Venezuela, na Costa do Marfim e em outros pontos da África.
O papa também repetiu a condenação ao aborto, à eutanásia e à clonagem humana.
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